Por quase quatro séculos, o espaço que hoje constitui Rondônia foi pouco modificado. Ao eleger o estado como foco de suas políticas desenvolvimentistas para a Amazônia, o governo federal, entre os anos de 1964 e 1985, provocou modificações profundas no cenário socioeconômico e ambiental rondoniense. Esta pesquisa objetivou explorar os processos de migração e de urbanização, ressaltando a dinâmica dos padrões migratórios e suas inter-relações com o processo de redistribuição espacial da população de Rondônia, com ênfase nos municípios de Pimenta Bueno e Cacoal. Foi utilizada a abordagem quali-quantitativa, com fins exploratórios, sendo realizado levantamento bibliográfico em diversos meios de informação, tais como Google Acadêmico, Scielo, Scopus e Periódico Capes, sem limites de data. Os termos de busca utilizados foram: “ocupação de Rondônia”, “migração em Rondônia”, “plano integrar para não entregar”, “colonização de Cacoal” e “colonização de Pimenta Bueno”. Para análise do crescimento populacional e migração foram utilizados os censos demográficos de 1980 a 2010 disponíveis no SIDRA/IBGE. Os resultados evidenciaram que os estados com maior participação migratória para Rondônia foram Paraná, São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo e que o plano do governo federal de ligar regiões da Amazônia ao restante do país, abrindo novas fronteiras econômicas, tornou-se em parte bem-sucedido, uma vez que, em um curto espaço de tempo, boa parcela do território estadual estava ocupado. No entanto, a falta de planejamento urbano relacionados à infraestrutura dos pequenos povoados que rapidamente surgiram resultou em muitas dificuldades e problemas socioambientais aos migrantes recém-chegados ao estado de Rondônia.