Anatomy and Histology of Salivary Glands of Triatomine BugsAs glândulas salivares têm grande diversificação quanto ao número, tamanho, forma e situação nos diferentes triatomíneos. Em geral estão situadas no tórax, onde encontram espaço suficiente para seu desenvolvimento. O deslocamento para a região abdominal resulta dos eventuais movimentos peristálticos dos órgãos vizinhos. Os estudos sobre a anatomia, microanatomia e histologia do sistema glandular de hemípteros foi, por muitos anos, alvo de atenção de vários pesquisadores (Bordas 1905, Bugnion e Popoff 1908, Fauré-Freemier 1910, Barreto 1920, Puri 1924, Weber 1930, Wigglesworth 1939, Baptist 1941, Barth 1954. Mais recentemente, alguns pesquisadores vêm se dedicando ao estudo das glândulas salivares desde o ponto de vista anatômico até o ultraestrutural, através de microscopia eletrônica de transmissão e de varredura, além de oferecerem detalhes sobre a constituição química da saliva, particularmente de insetos hematófagos (Ribeiro 1987, Konig et al. 1993, Garcia et al. 1994, Stark & James 1996, Pereira et al. 1996, Santos et al. 1997, Ribeiro et al. 1998, Sun et al. 1998. O presente estudo, porém, está limitado às observações anatômicas e histológicas das glândulas salivares de quatro gê-neros e dez espécies de triatomíneos em conjunto, assunto muito pouco estudados nas últimas déca-das. Os trabalhos de Baptist (1941) e Barth (1954 Recebido em 26 de Agosto de 1998 Aceito em 22 de Abril de 1999 nos serviram de orientação durante os estudos. A nomenclatura usada para as glândulas salivares -D1, D2 e D3 -segue aquela mencionada por Barth (1954) durante seus estudos nas glândulas salivares de Triatoma infestans. O par D1 corresponde às glândulas principais, o D2 às glândulas suplementares e o par D3 apenas às glândulas acessóri-as. Para alguns autores (ex. Santos et al. 1997), as glândulas D1 e D2 corresponderiam aos lobos anterior e posterior da glândula principal dos triatomíneos. Barth (1954) demonstra a importân-cia dos três pares de glândulas na formação da saliva desses insetos. Com base em cortes histológicos seriados e nas observações feitas pela autora (Lacombe 1962) sobre o sistema traqueal nos triatomíneos, conclui-se que as glândulas D3 são muito ativas, recebendo intensa oxigenação, não devendo ser consideradas apenas como simples reservatórios de saliva. A presença de uma verdadeira válvula na glândula D3, fato aqui estudado, reforça a conclusão sobre a importância desta glândula na formação da saliva, em triatomíneos.
MATERIAIS E MÉTODOS