Estratégias de atendimento à crise psíquica por um serviço de atendimento móvel de urgência

Abstract

Objetivo: conhecer quais estratégias estão sendo adotadas no atendimento à crise psíquica pelos profissionais de um Serviço de Atendimento Móvel de Urgência num município do Recôncavo da Bahia. Métodos: estudo qualitativo, descritivo e exploratório. Foram participantes, 22 profissionais que prestam assistência direta aos usuários do serviço. Coletaram-se os dados por meio de entrevista semiestruturada em abril de 2018, analisou-se os dados por meio da técnica de análise temática. Resultados: evidenciou-se como estratégias de atendimento: a avaliação da cena, ação conjunta com a polícia militar, ações de contenção física e química, orientação à família, encaminhamento do usuário para o serviço hospitalar. Considerações finais: as estratégias de atendimentos a crise psíquica são fundamentadas na psiquiatria clássica, havendo a necessidade de educação permanente das equipes do referido serviço, baseando-se nos cuidados fundamentados no modo de atenção psicossocial.

Serviço De Atendimento Móvel De Urgência Frente Às Urgências E Emergências Psiquiátricas

“…A segunda categoria aborda as principais dificuldades encontradas durante o atendimento aos pacientes psiquiátricos, compreendendo o olhar dos profissionais sobre este assunto tão presente atualmente, e destacando os fatores que contribuem para a falha durante a assistência aos pacientes com transtornos mentais. Em concordância com o artigo supracitado, Souza et al, (2019) evidenciam por meio de seus resultados, que as práticas de contenção física e medicamentosa ocorrem de forma rotineira, sendo utilizadas como as únicas medidas durante a assistência prestada aos pacientes em crise. No estudo de Veloso et al, (2018), citam que o Atendimento Pré-Hospitalar (APH) é defeituoso, pois além do acolhimento ser inadequado, observou-se que o encaminhamento para o hospital psiquiátrico é considerado uma estratégia prioritária, sendo realizado de forma sistemática.…”

Contenção física por bombeiros na agitação psicomotora ou agressividade

“…Geralmente, se não por terceiros ou familiares que primeiramente presenciaram a pessoa com quadro de agitação ou agressividade, o usuário é admitido em serviços de emergência psiquiátrica por intermédio de autoridades da segurança pública tais como policiais ou militares do corpo de bombeiros que se deslocam até a situação fora do ambiente hospitalar [9][10] . Ter a Polícia Militar (PM) presente na maioria dos atendimentos é persistir na defesa de que todo paciente psiquiátrico é potencialmente perigoso, isso pode ser reflexo da falta de preparo dos profissionais para prestar esse tipo de atendimento e criar uma relação de dependência com a polícia, contribuindo para omissão dos atendimentos 7,[9][10]14 .…”

“…O acionamento da polícia deveria estar restrito às situações onde o perigo para equipe e terceiros estivesse, comprovadamente, relacionado ao uso de objetos que proporcionassem riscos à vida, porém, percebe-se que a intervenção da polícia militar tem sido solicitada de forma indiscriminada, como se toda situação de crise implicasse em risco concreto para a equipe 7,[9][10]14 .…”

“…Por ser considerada procedimento de atenção à saúde, a contenção física é comumente empregada nos atendimentos pré-hospitalares de urgência, realizados pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) e Corpo de Bombeiros Militar (CBM), especificamente nos casos de agitação psicomotora ou agressividade 7,10 .…”

“…Quando a agitação psicomotora progride para níveis mais intensos, é capaz de gerar agressividade que, em última análise, solicita a realização da contenção física 8,10 . Esta é mais comum em jovens do sexo masculino e geralmente resulta em encaminhamentos para internação hospitalar 11 .…”