Estratégia e Teoria Evolucionária – elementos para um debate teórico

Abstract

O presente artigo visa discutir como a teoria evolucionária pode contribuir para a estratégia empresarial fornecendo uma base teórica para além das visões individuais da VBRvisão baseada em recursose da economia industrial, as quais são reconhecidas no campo da Administração como paradigmas concorrentes. Além de englobar simultaneamente as ideias dessas correntes teóricas diante do mecanismo de seleção ambiental, a teoria evolucionária oferece elementos que vão além dos recursos e da visão setorial, incorporando tanto o papel de instituições quanto do indivíduo decisor pautado pela racionalidade limitada. Um modelo de pensamento estratégico mais fluido é proposto a partir da substituição da competitividade pela adaptação enquanto a complexidade que pauta a relação entre a estratégia e o desempenho elimina a ideia de linearidade entre eles e coloca as capacidades dinâmicas como condições centrais mais não necessárias nem suficientes para a perenidade das empresas, dependendo da dinâmica ambiental. São propostas algumas mudanças significativas para os estudos da estratégia, tais como a substituição de vantagens competitivas por vantagens adaptativas, a definição de janelas estratégicas e uma maior valorização de elementos externos à firma como elementos fundamentais ao desempenho. Palavras chave: teoria evolucionária, inovação, capacidades dinâmicas, estratégia empresarial, teoria da firma Abstract This paper aims to discuss how evolutionary theory can contribute to business strategy by providing a theoretical basis beyond the views of RBVresource-based viewand industrial economics, which are recognized in the field of Management as competing paradigms. In addition, it simultaneously encompass the ideas of both these theoretical currents to the environmental selection mechanism, and enlights how evolutionary theory offers elements that go beyond the resources and the sectoral vision, incorporating both the role of institutions and the decision maker based on limited rationality. A more fluid strategic thinking model is proposed through the substitution of competitiveness for adaptation, while the complexity of the relationship between strategy and performance eliminates the idea of linearity between them and places dynamic capacities as central conditions that are neither necessary nor sufficient for the perenniality of companies, depending on environmental dynamics. Some significant changes are proposed for strategy studies, such as the substitution of competitive advantages for adaptive advantages, the definition of strategic windows and a greater valuation of elements external to the firm as fundamental elements to performance.