2021
DOI: 10.15848/hh.v14i36.1719
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Escritas insubmissas

Abstract: Este artigo demonstrará o potencial indisciplinar do que definiremos como escritas insubmissas da história. Isso será feito em dois momentos: inicialmente através da procura de Hortense Spillers por uma “nova gramática”, capaz de redefinir a forma estereotipada como os negros são pensados e escritos no presente; em seguida, terá como foco o conceito de “fabulação crítica”, proposto por Saidiya Hartman, que é tanto uma alternativa teórica para exceder ou negociar lacunas do arquivo da escravidão, quanto uma ref… Show more

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“…A ênfase dada às discussões sobre a diferença/alteridade tem sido crescente no âmbito dos estudos em teoria da história e história da historiografia nos últimos anos, apesar da necessidade de seu aprofundamento. O reconhecimento dos apagamentos provocados pela concepção moderna de História, caracterizada pela sucessão e linearidade, tem sido importante para que o diálogo com outras lógicas de elaboração de saberes, até então marginalizadas, sejam incorporadas (Neto;Gomes, 2018;Nicolazzi;Turin;Ávila, 2019;Rodrigues, 2019Ramos, 2019aRamos, , 2020bMudrovcic;Avelar, 2021;Assunção;Trapp, 2021;Pereira, 2021;Pinn, 2022;Assunção, 2022;Rangel;Rodrigues, 2022;Oiveira;Hansen, 2023;Assunção;Pereira;Rodriguez;Baldraia;Barbosa, 2023;Santana, 2023;Oliveira, 2023;Hartog;Cezar;. Aprofunda-se a sedimentação da compreensão de que a concepção de tempo linear e evolutivo, fundada no entendimento de que o passado passou, apenas obscurece as impossibilidades de o passado passar, plenamente verificáveis nos clamores das vítimas e de seus herdeiros que ficaram à margem dos processos históricos hegemônicos (Bevernage, 2018;Ramos, 2020a).…”
Section: Trauma Luto E Cura: Atravessamentos Da Experiência Da Históriaunclassified
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“…A ênfase dada às discussões sobre a diferença/alteridade tem sido crescente no âmbito dos estudos em teoria da história e história da historiografia nos últimos anos, apesar da necessidade de seu aprofundamento. O reconhecimento dos apagamentos provocados pela concepção moderna de História, caracterizada pela sucessão e linearidade, tem sido importante para que o diálogo com outras lógicas de elaboração de saberes, até então marginalizadas, sejam incorporadas (Neto;Gomes, 2018;Nicolazzi;Turin;Ávila, 2019;Rodrigues, 2019Ramos, 2019aRamos, , 2020bMudrovcic;Avelar, 2021;Assunção;Trapp, 2021;Pereira, 2021;Pinn, 2022;Assunção, 2022;Rangel;Rodrigues, 2022;Oiveira;Hansen, 2023;Assunção;Pereira;Rodriguez;Baldraia;Barbosa, 2023;Santana, 2023;Oliveira, 2023;Hartog;Cezar;. Aprofunda-se a sedimentação da compreensão de que a concepção de tempo linear e evolutivo, fundada no entendimento de que o passado passou, apenas obscurece as impossibilidades de o passado passar, plenamente verificáveis nos clamores das vítimas e de seus herdeiros que ficaram à margem dos processos históricos hegemônicos (Bevernage, 2018;Ramos, 2020a).…”
Section: Trauma Luto E Cura: Atravessamentos Da Experiência Da Históriaunclassified
“…Frente a tal desafio, Oliveira assume a responsabilidade da reflexão evocando o espaço fluído da aporia inerente à condição da (in)disciplinaridade (Neto;Gomes, 2018;Nicolazzi;Turin;Ávila, 2019;Rodrigues, 2019Ramos, 2019aRamos, , 2020bMudrovcic;Avelar, 2021;Assunção;Trapp, 2021;Pereira, 2021;Pinn, 2022;Assunção, 2022;Rangel;Rodrigues, 2022;Hansen, 2023;Assunção et al, 2023;Santana, 2023;Oliveira, 2023;Hartog;Cezar;. Incorporando a herança a propósito da reflexão fantasmagórica legada por Jacques Derrida (1994Derrida ( , 2018 e Ethan Kleinberg (2017Kleinberg ( , 2021, que apontam para a ontologia latente da historicidade espectral, visando rejeitar a hegemonia do encerramento da consciência própria de subjetividades monodais, da estrutura emancipacionista e afinada ao esquecimento inerentes às utopias do tempo histórico moderno e do pragmatismo representacionista, Oliveira convoca vozes disruptivas para participar da discussão, como Denise Ferreira da Silva e Saidyia Hartman.…”
Section: Introductionunclassified
“…Superar o descompasso entre uma disciplina nascida no XIX, firmemente atrelada à sua temporalidade e às mudanças do fim do século XX e início do XXI (Avila, 2019, p. 18), têm sido objeto de uma grande miríade de debates no campo historiográfico, sendo 10 Para não ser injusto, é importante mencionar os esforços recentes de Maria da Glória de Oliveira nesse sentido, ver: Oliveira (2018;. Allan Kardec Pereira (2021), têm feito também um esforço importante de compreender a história indisciplinada em uma historicidade de mais longa duração e por meio de uma chave afrodiaspórica e afropessimista que passa por autoras como Hortense Spillers e Saidiya Hartman (2021).…”
Section: Cânone Historiográfico E Silenciamento Sistêmicounclassified
“…Para além de sua possível leitura enquanto "escrita insubmissa" da história (Pereira, 2021), eu gostaria de salientar aqui os pontos em comum entre as questões colocadas por Hartman nestes dois textos e Um defeito de cor, particularmente para o entendimento de uma crítica racializada da ideia de evidência e das escolhas "próprias" do objeto de análise historiográfica. Em que pese o alinhamento do romance de Ana Maria Gonçalves com outras produções literárias diaspóricas que tratam inclusive dos temas ressurgentes aqui, a relação desse romance com a historiografia da escravidão abre margens para pensarmos a criação da personagem de Luiza Mahin enquanto uma "fabulação crítica", como proposto por Hartman (2020, 28), para se tentar alguma forma de reparação histórica para aqueles indivíduos escravizados.…”
Section: (D)efeitos De Representaçãounclassified