Este é um artigo de acesso aberto, licenciado por Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional (CC BY 4.0), sendo permitidas reprodução, adaptação e distribuição desde que o autor e a fonte originais sejam creditados.Resumo. Com base no modelo cognitivo de Beck e na compreensão do papel mediacional da cognição, o Inventário de Pensamentos Automáticos Negativos e Positivos para Adolescentes (IPANPA) avalia a frequência com a qual os jovens tiveram pensamentos sobre si, sobre os outros e sobre o futuro. Dois estudos interdependentes, com objetivos e métodos distintos, foram conduzidos. Um total de 149 adolescentes (12 a 16 anos; M=12,9 anos; DP=0,9; 52,3% do sexo feminino) preencheram um questionário aberto e informaram sobre seus pensamentos positivos e negativos. Submetidos a análises de conteúdo, as respostas ao questionário serviram de base para a construção, no segundo estudo, dos 142 itens da versão preliminar do IPANPA. Cinco juízes especialistas em Terapia Cognitiva com adolescentes avaliaram a qualidade e validade de conteúdo da versão preliminar, que também foi respondida por 26 adolescentes (13 a 18 anos; M=14,9 anos; DP=1,3; 65,4% do sexo feminino), a fim de obter informações sobre a clareza de linguagem da instrução e dos itens. Análises quantitativas e qualitativas conduziram à reformulações no instrumento, produzindo a versão com 136 itens. Pode-se afirmar que o IPANPA é um instrumento promissor na avaliação de pensamentos automáticos, podendo ser útil tanto para a avaliação do construto nos contextos clínico e de pesquisa.Palavras-chave: pensamentos automáticos, avaliação, adolescentes. 1 A pesquisa foi conduzida com apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).