Erosão hídrica influenciada por uma aplicação de dejeto líquido de suínos no solo cultivado em semeadura direta

Abstract

A suinocultura em Santa Catarina é responsável por geração de emprego no meio rural e, por isso, apresenta grande importância social e econômica. Este trabalho foi realizado entre março e setembro de 2012 para avaliar a influência de uma aplicação de dejeto líquido de suínos na erosão hídrica, em um Nitossolo Bruno aluminoférrico húmico, nos tratamentos constituídos pelas doses: 0; 50; 100; e 200 m³ ha-1 do dejeto aplicado na superfície do solo uma única vez, 30 dias após a germinação da aveia-preta. As parcelas tinham 11 × 3,5 m e declividade média de 14,4 %. Ao longo do ciclo da aveia, foram realizados quatro testes de chuva simulada, cada um com quatro chuvas com intensidade planejada de 65 mm h-1 e duração de 75 min, com simulador de chuva tipo Swanson. As perdas totais de solo e água por erosão hídrica não foram influenciadas pela dose de dejeto líquido de suínos aplicado sobre o solo cultivado com aveia, evidenciando, no entanto, influência do teor de água no solo antecedente às chuvas simuladas aplicadas. Os teores de P e K solúveis na água da enxurrada diminuíram após a aplicação de dejeto líquido de suínos no solo cultivado com aveia, por certo tempo; quando o cultivo foi submetido à chuva simulada, os teores reduziram nas chuvas do teste 1 para as do teste 3 e aumentaram nas do teste 4. Os teores de P e K solúveis na água da enxurrada diminuíram com a dose de 100 m³ ha-1 de dejeto líquido de suínos aplicado sobre o solo para a dose zero m³ ha-1, nas chuvas simuladas dos testes 1 e 2. As perdas totais de P e K solúveis na água da enxurrada não foram influenciadas pela dose de dejeto líquido de suínos aplicado sobre o solo no cultivo da aveia; no entanto, apresentaram tendência de diminuir nas chuvas do teste 1 para as do teste 3 e de aumentar naquelas do teste 4. Os teores de P e K solúvel na água da enxurrada reduziram exponencialmente com a elevação do número de teste de chuva simulada realizada em solo cultivado com aveia, cujos dados do modelo exponencial y = y0 + ae-bx ajustou-se significativamente; o modelo não se adaptou aos dados da dose zero de dejeto em relação ao K.

Impacts of Pig Slurry Applied to Two Different Soils on Nutrient Transport by Runoff

“…behavior has been observed by Mecabo Júnior et al (2014). It is believed that the greatest effect was from the decomposition of soybean leaves, because significant leaf fall was observed only at the end of the crop cycle (Figure 1), whereas oat and turnip residues were already present at sowing.…”

“…In the literature, there are numerous studies on the effect of PS application on nutrient losses from a field. Studies focused on comparisons between the application of PS, which is an organic fertilizer, and mineral fertilizer (Bertol et al, 2005(Bertol et al, , 2010Santos et al, 2015;Tomer et al, 2016), evaluations of different rates and amounts of PS applied (Ceretta et al, 2005(Ceretta et al, , 2010Mecabo Júnior et al, 2014;Sacomori et al, 2016), comparisons of PS application with different organic sources, such as aviary manure (Oliveira et al, 2015) or bovine manure (Lourenzi et al, 2014), evaluations of different time intervals between the application of PS and the occurrence of the first rain event (Smith et al, 2007;Flynn et al, 2013), comparisons of the PS application method, with or without incorporation into the soil (Allen and Mallarino, 2008), or the application of PS in different management systems (Pinheiro et al, 2016).…”

Dejeto líquido de suínos: efeito no solo e nas perdas de K, Ca e Mg por erosão hídrica

“…Nenhum adubo químico foi usado e o cultivo foi na forma de semeadura direta (SD). Mais informações sobre o histórico de cultivo e manejo constam em MECABÔ JÚNIOR et al (2014).…”

“…A aplicação de DLS no solo em dose acima 500 m 3 ha -1 aumentou o teor de K no escoamento superficial devido ao aumento de teor na superfície do solo (KAUFMANN et al 2019). No entanto, o teor do elemento, bem como sua perda total, no escoamento superficial, ora aumenta ora diminui no tempo de chuva (MIRÁS AVALOS et al 2012, MECABÔ JÚNIOR et al 2014. Isto se explica pela variação de teor do K na superfície do solo durante a chuva (CASSOL et al 2012).…”

“…A perda total de K por escoamento superficial depende do teor no solo e da perda total de enxurrada (KAUFMANN et al 2019). Esta perda é maior nos primeiros eventos de chuva logo após a aplicação do DLS, diminuindo nos eventos subsequentes (MECABÔ JÚNIOR et al 2014). A perda de K pode variar de uma chuva para outra porque o elemento pode ser liberado para a solução do solo em quantidades variadas ao longo do tempo de chuva, independente de efeito do DLS (KAUFMANN et al 2019).…”