Equipe “Consultório na Rua” de Manguinhos, Rio de Janeiro, Brasil: práticas de cuidado e promoção da saúde em um território vulnerável

Abstract

Manguinhos

Atenção à saúde da população em situação de rua: um desafio para o Consultório na Rua e para o Sistema Único de Saúde

“…Está em questão o campo de ação, sendo desfocada a saúde mental e ampliando-se as ações voltadas para a saúde geral da população em situação de rua 3,4 . Nessa nova configuração, ressalta-se a importância da manutenção da perspectiva da redução de danos, considerada como um forte elemento da base dos antigos Consultórios de Rua e agora também fortalecida como uma diretriz da atenção básica, como preconiza a Política Nacional de Atenção Básica.…”

O Consultório na Rua e a atenção básica à população em situação de rua

“…A lógica especialmente excludente que atinge pessoas com TMG nos serviços públicos (Cavalheri, 2010;Skosireva, et al, 2014;Borysow, et al, 2014) (Engstrom, et al, 2016). Nesse sentido, a presença constante dos trabalhadores nos locais de vida da PSR se faz necessária e o uso do veículo se apresenta como estratégia importante.…”

“…Frente a esses desafios, alguns países têm adotado as estratégias de busca ativa e itinerância para superar limitações do modelo de demanda espontânea a esse grupo (Lemke, et al, 2010). Tais estratégias caracterizam-se pelo deslocamento das equipes no território de modo a alcançar pessoas refratárias ou inadaptadas às redes de saúde (Lemke, et al, 2011), superando barreiras ao acesso nos serviços convencionais Varanda, et al, 2004;Mattos, 2006 (Brasil, 2017) e apesar de sua expansão numérica e complexidade das ações, a quantidade de estudos sobre o tema é ainda restrita (Almeida, 2014;Pacheco, 2014;Londero, et al, 2014;Pereira-da-Silva, 2016;Hallais, et al, 2015;Alecrim, et al, 2016;Medeiros, 2016;Davel, et al, 2016;Engstrom, et al, 2016;Ferreira, et al, 2016 contribuições e limitações das iniciativas à equidade em saúde de sua população-alvo, ou seja, analisar o investimento e a organização dos sistemas e serviços no tratamento diferenciado e justo a uma população que vivencia desigualdades (Vieira da Silva, 2009), como as PSRs. Diante da ausência de estudos comparados sobre esse objeto, situaremos a proposta brasileira numa perspectiva internacional comparada, de modo a que a experiência de outros países represente um espelho analítico (Fleury, 2006) e ofereça elementos úteis para a transferência de conhecimentos nesse campo (James, et al, 2003) e subsídios para futuros estudos.…”

“…A articulação interserviços e intersetores se dá por meio de reuniões de rede e pelo compartilhamento de algumas ações com outras equipes de saúde e de assistência social. Tais aspectos têm sido considerados como relevantes para o trabalho junto às PSR (Borysow, et al, 2014;Engstrom, et al, 2016;Gama, et al, 2014) e apontam uma tentativa de superação da iniquidade (Vieira da Silva, 2009) pois a composição variada da equipe e ações articuladas com outros serviços possibilitam a adaptação do cuidado às necessidades do seu público alvo.…”

“…A primeira delas efetivou avaliação pelo olhar dos usuários do serviço e a segunda tratou do processo de implementação do CnR em nível federal. Outros estudos voltados ao mesmo programa abordaram a análise de saberes ideológicos e instrumentais de uma dada equipe (Kami, et al, 2016), as práticas executadas pelas eCRs no cuidado em saúde (Almeida, 2014;Londero, et al, 2014;Alecrim, et al, 2016;Engstrom, et al, 2016;Machado, et al, 2017), e em suas relações com a educação permanente (Gil, 2016). Também foram abordados, pela perspectiva socioantropológica, o acolhimento e a produção de cuidados oferecidos por uma eCR (Hallais, et al, 2015), e a avaliação sobre as atitudes dos trabalhadores em relação ao uso abusivo de drogas (Davel, et al, 2016).…”