Entre o interacional e o interseccional: Contribuições teórico-conceituais das intelectuais negras para pensar a comunicação

Abstract

Neste artigo, propomos o entrelaçamento das contribuições teóricas de intelectuais negras com o paradigma relacional da comunicação. Tomando como ponto de partida dois episódios de racismo envolvendo celebridades no Brasil em 2017 (o ataque à filha adotiva de Bruno Gagliasso e Giovanna Ewbank, e a repercussão negativa da palestra de Taís Araújo sobre o preconceito racial contra seus filhos), e também nossas vivências como pesquisadoras negras, exploramos os conceitos de interseccionalidade, desenvolvido por Kimberlé Crenshaw (1989), e de estrangeira de dentro (outsider within), desenvolvido por Patricia Hill Collins (2016), a fim de evidenciarmos como a visão interseccional pode contribuir para complexificar a análise de fenômenos comunicacionais numa sociedade marcada por desigualdades de raça e gênero.

Four concepts to think from the South

“…Used primarily in physics, and then as the name of a particular type of party, impedance can also be understood as impedant practices (Guimarães Corrêa, 2019). Applying this conceptual appropriation, Rodrigo Ednilson de Jesus (2019), another Black Brazilian scholar, said that the ‘Black population in Brazil (…), the indigenous people, the quilombolas , were never just people of resistance, they were people of impedance.…”