Ensinar a escrever no ensino médio: cadê a dissertação?

Abstract

Visando a elucidar em que medida o aluno aprende a escrever uma dissertação na aula de língua portuguesa no ensino médio, analisamos 2.434 horas de aula previamente registradas em diário de campo e que foram ministradas de 2006 a 2008 em 61 escolas públicas na capital de São Paulo. A análise dos dados mostrou que a literatura foi o conteúdo privilegiado em metade das aulas, e a gramática, em um quarto delas. Apenas 15% do tempo foi utilizado para ensinar a escrever, preferencialmente o texto não dissertativo. Assim, a pesquisa constatou que o ensino da escrita do texto dissertativo vem sendo negligenciado. Apenas 6% do tempo das aulas de língua portuguesa foi dedicado à exposição das características desse tipo de texto, seguida da demanda de produção escrita. Os momentos dedicados à correção coletiva e à reescrita foram praticamente inexistentes e aqueles dedicados a fazer uma reflexão prévia à prática da escrita, raríssimos. Frente às repetidas denúncias dos graves problemas de escrita que se encontram nos textos dos egressos do ensino médio, incapazes de vencer as barreiras dos vestibulares das universidades públicas, fica um alerta para os formadores de professores e para os pesquisadores que se dedicam ao ensino da escrita.

Alfabetização E Letramento: Formando Leitores Nas Séries Iniciais Do Ensino Fundamental

“…Em um trabalho sobre o ensino da escrita, Riolfi (2004) traz alguns aspectos sobre os quais podemos refletir e que também se relacionam ao ensino da leitura. Tratando do prestígio de que a cultura letrada gozava e que já não se verifica mais, a autora chama a atenção para uma cena paradoxal: ao mesmo tempo em que caminhamos diminuindo cada vez mais as taxas de analfabetismo, "perdemos o amor pela escrita como um fator social generalizado, o mantendo, apenas, como um fenômeno isolado e pontual" (RIOLFI, 2004, p. 279) Considerando que os materiais de leitura são da ordem do escrito e levando em conta que a escrita já não ocupa o lugar de centralidade nas relações sociais e no seio das famílias, podemos afirmar que a escola (e, portanto, os professores)hoje, como principal veiculadora da leitura e da escritaencontra-se diante de um desafio que se subdivide: ensinar a ler, ensinar a ler bem e ensinar o valor e o gosto pela leitura.…”

Estrutura argumentativa em textos de alunos brasileiros

“…Studying documents that registered Portuguese classes in public schools in São Paulo, Riolfi and Igreja (2010) determined that only 15% of the time is employed in writing lessons, most of which do not deal with dissertation. Therefore, most of the students coming from public schools do not learn the basic contents required to succeed in entrance exams of renowned universities, most of which are public in Brazil.…”

Application of Artificial Intelligence Techniques for Classification of Escape From the Topic in Essays

“…The above scenario shows that teachers experience difficulties when individually evaluating texts from different students. A study carried out by Riolfi and Igreja (2010) points out that "[...] teachers dedicate only 6% of their time in the classroom to teaching writing and that, in some cases, after correcting the texts, the teachers made comments orally on the essays, ignoring other individual textual problems in their collective presentation to the class" (Riolfi;Igreja, 2010, p. 321).…”