“…Além disso, como resultado da política de Educação para as Relações Étnico-Raciais (Parecer CNE/CP 003/2004), a discussão da Lei n. 10.639 (2003) e da Lei n. 11.645 (2008) as quais preveem o estudo da história e da cultura africana, afro-brasileira e indígenas para todos os níveis da educação -, no campo da educação e do ensino de ciências, torna-se relevante (Pinheiro & Rosa, 2018;Alves-Brito, Bootz & Massoni, 2018;Rosa, 2019;Alves-Brito & Alho, 2022). No entanto, conforme apresentado em trabalho anterior (Oliveira, Alves-Brito & Massoni, 2021), são poucos os trabalhos em educação nas ciências físicas que têm articulado essas questões, evidenciando que as dificuldades na discussão (e interpretação) destas questões no campo do ensino de ciências se dá por quatro razões principais: (i) a insistente negação do racismo pela comunidade científica; (ii) a formação inicial e continuada com foco na ERER ainda incipiente; (iii) a sub-representação de pessoas negras nas ciências exatas, sobretudo ocupando posições de poder; e, por fim, (iv) o desconhecimento, por parte da comunidade, de referenciais teóricos que possam dar conta de forma apropriada das questões intrínsecas ligadas ao problema do racismo na educação e no ensino de ciências exatas e da natureza.…”