No campo de pesquisas educacionais relacionadas a contextos da educação infantil, questões éticas, conceituais e metodológicas constituem grandes desafios. Em interlocução com essas questões, o presente artigo integra uma pesquisa de doutorado concluída em 2021, que focaliza vivências formativas com a avaliação institucional na educação infantil. Em uma abordagem qualitativa, ancorada em referenciais teórico-metodológicos bakhtinianos e freireanos, assume metodologia de pesquisa narrativa de tipo investigação-formação, com procedimentos de análise documental, aplicação de questionário, observação participante e produção de narrativas junto a professoras e trabalhadoras que vivenciaram, em 2019, o processo avaliativo em um Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) de um município do Espírito Santo. No escopo deste texto, discute-se a participação de crianças e bebês na avaliação institucional em relação a movimentos realizados e desafios enunciados pelas participantes quando se dispõem à escuta das vozes infantis. As análises evidenciam diferentes propostas de participação, assinalam a defesa do potencial de crianças e bebês para expressar opiniões e preferências e fazer proposições sobre ações vivenciadas no CMEI e, também, ressaltam tensões que acompanham essas iniciativas de garantir sua participação. Conclui-se, destacando a mobilização dos sujeitos envolvidos com a ação avaliativa e o reconhecimento de desafios para sua efetivação em uma perspectiva democrática. Defende-se a necessidade de que esses momentos de escuta perpassem diferentes situações de interações e brincadeiras e que as ações de formação continuada incluam, como pauta, reflexões acerca da compreensão dos enunciados infantis e da importância de sua participação no processo avaliativo.