“…De um lado, é possível identificar uma ala de direita, conservadora e neofascista, do outro lado, uma ala social liberal. Vale ressaltar que o conservadorismo, em uma conjuntura política, segundo Souza (2016), se caracteriza pela associação às diversas posições resistentes aos avanços das pautas atreladas a esquerda, como a universalização dos direitos e demandas pela radicalização da democracia, defendendo a mercantilização crescente na vida da população, bem como a posse de uma agenda de combate aos progressos dos direitos humanos. Já o neofascismo, baseado em princípios conservadores, pode ser descrito enquanto uma retomada de ideologias e programas de contextos políticos do passado, como os presentes na Alemanha nazista e na Itália fascista, destacando as seguintes características: (...) deslegitimação da política, das instituições democráticas e do Estado de direito; reacionarismo moral e cultural (culto às tradições), associado a uma explicação mágico-religiosa (anti-iluminista) do mundo e da política; valores individualistas (neoliberais) sintetizados no par empreendedorismomeritocracia, avessos às políticas sociais e aos direitos trabalhistas; anticomunismo histérico e visceral, próprio dos tempos da Guerra Fria, criando-se um clima artificial de "ameaça comunista"; e um nacionalismo vazio, próprio dos países periféricos dependentes (sem conteúdo, retórico e abstrato), expresso apenas na exposição e valorização de símbolos nacionais (bandeira e hino) (FILGUEIRAS; DRUCK, 2018, s.p.…”