Doenças relacionadas ao saneamento ambiental inadequado e indicadores socioeconômicos na Amazônia brasileira

Abstract

Este estudo teve por objetivo discutir a situação socioambiental nos estados que compõem a Amazônia brasileira, a partir de seus indicadores socioeconômicos, ambientais e sanitários. A área de estudo corresponde aos estados da região Norte do Brasil: Pará, Amazonas, Rondônia, Acre, Tocantins, Amapá e Roraima. Em termos metodológicos, a pesquisa apresenta um levantamento epidemiológico, descritivo e ecológico das doenças relacionadas ao saneamento ambiental inadequado, pautado nas notificações de doenças compulsórias e internações hospitalares. O período analisado compreendeu os anos de 2008 a 2016. Os resultados indicaram que a região Norte apresentou queda no número de internações, porém mantém-se com média acima das demais regiões. Destaca-se entre elas, a média de 399/100 mil hab./ano com internações por transmissão feco-oral e 83/100 mil hab./ano com internações para doenças transmitidas por inseto vetor, com valores sempre maiores do que a média brasileira, que foi de 109,2/100 mil hab./ano e 37,2/100 mil hab./ano, respectivamente. Este estudo demonstra que a região Norte do país não acompanha os demais estados do Brasil, e que a probabilidade de alcançar o objetivo das Nações Unidas, que diz respeito ao acesso universal e igualitário do saneamento, é improvável, principalmente em relação à priorização de pessoas em situação de vulnerabilidade, na qual a região Norte se enquadra.

Dinâmica espacial e temporal das doenças tropicais negligenciadas no Arquipélago do Marajó, Amazônia-PA

“…Studying the cities and the way this dynamic take place is essential for understanding the spatial distribution of diseases in the Amazonian context. 25 As can be seen in figures 2 and 3, the spatial distribution of NTDs in the municipalities of Marajó reveals that, from 2007 to 2016, the number of cases of VL, ACL, dengue, TB and CD is not consistent with the region's socioeconomic data. It was expected that these diseases would present more alarming data, since the region in question does not have adequate sanitary conditions or IFDM, which opens the door to a discussion about underreporting or the lack of medical assistance to the resident population.…”

“…18,20,21 The anthropization of the environment resulted in these changes, favoring the proliferation of vector agents and, consequently, the incidence of diseases related to inadequate basic sanitation, whose configuration is the result of a disorganized urbanization process and historically exclusive development. 25 The Marajó Archipelago is geographically positioned in an area where difficult access to some of its municipalities is used as a justification for the lack of investment, making this damage even more dramatic for the population. 3 The socioeconomic dynamics in the cities of Marajó has peculiar characteristics.…”

Ethnoknowledge in the health of rural communities in Marajó, Para- Amazon

“…These results can be explained by the fact that the region has the worst HDI index and low basic sanitation coverage in the country, which makes it more vulnerable to these types of poverty-related diseases (Mendes et al, 2017). In addition, as it is a region with an extensive territorial area, the locations furthest from the metropolitan centers suffer from a lack of basic health services, which leads to the use of alternative medicines to treat primary infections (Aguiar et al, 2020).…”

Relação Entre Indicadores De Saneamento Básico E Socioeconômicos E a Ocorrência De Doenças Diarreicas Agudas Nos Estados Da Amazônia Oriental

“…O uso de indicadores sanitários pode auxiliar na identificação de estados com maiores necessidades de investimentos em saneamento, através do monitoramento da evolução dos serviços de saneamento básico, tais como o índice de abastecimento de água e de esgotamento sanitário (Aguiar et al, 2020). Indicadores socioeconômicos como Produto Interno Bruto (PIB) e o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) são ferramentas utilizadas para identificar melhorias de qualidade de vida através de uma perspectiva socioeconômica (Oliveira et al, 2020).…”