Diversidade e diferença: desafios para a formação dos profissionais de saúde

Abstract

Resumo O artigo tem como objetivo discutir a questão da diversidade a partir da sua incorporação na formação dos profissionais de saúde por meio da análise das Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) de dois cursos de graduação na área da saúde no Brasil: medicina e psicologia. Para isso, problematiza a questão da diversidade a partir da contribuição das ciências sociais, ao considerar as múltiplas noções presentes na natureza das diferenças sociais e culturais, rompendo com conceitos essencialistas de diferença. Reflete-se sobre como a diversidade está presente nas diretrizes curriculares desses cursos e, a partir de trabalhos recentes, analisa-se como a diversidade tem sido contemplada na formação, bem como os principais desafios colocados. A interseccionalidade é considerada um referencial teórico político importante para apreender a articulação de múltiplas diferenças e desigualdades que atuam de forma dinâmica, fluida e flexível a partir de contextos históricos particulares, sendo nesse sentido sensível para abordar a questão da diversidade na formação dos profissionais de saúde. Destaca-se a importância de realizar uma análise das diferenças, sugerindo um quadro analítico que articule discursos e práticas, formas de subjetivação e relações sociais.

Vídeo educativo participativo para humanização da assistência em saúde

“…É preciso lembrar que os residentes de Pediatria são profissionais graduados, porém ainda em formação, portanto necessitam do ensino-aprendizado baseado em instrumentos reflexivos, dialógicos e participativos para fortalecer a empatia e comunicação com as mães dos seus pacientes 43 . Constitui-se um desafio na prática profissional, porém é um pilar para a formação desses profissionais de saúde 44 .…”

O mundo está mudando rápido demais? Gênero e sexualidade no currículo médico: a perspectiva de professores de um curso de graduação em medicina no Estado de São Paulo

“…As DCN apontam, inclusive, a inserção curricular dessas questões no plano pedagógico. No entanto, cada curso tem a autonomia para decidir como serão feitas as abordagens desses conteúdos (Machin et al, 2022).…”

“…Um estudo feito por Ristoff (2016) mostra que apenas 9% dos estudantes de Medicina no Brasil possuem renda familiar de até três salários-mínimos (Wickbold e Siqueira, 2018). A política de cotas pode auxiliar na diversificação do perfil de ingressantes por ampliar a diversidade dos alunos (Machin et al, 2022). A gente tem todo um histórico aqui na faculdade de mudanças de comportamento em relação ao tratamento das pessoas aqui dentro de preconceitos e de formas diferentes que os alunos podem ser tratados por diferentes professores e não só professores e tal.…”

“…Sendo assim, podem expressar preconceitos de classe embutidos. A política de cotas é compreendida como uma alternativa para ampliar esse perfil de ingressantes buscando a diversidade de alunos (Machin et al, 2022).…”