“…Sabe-se que, quando amplamente difundida, uma prática social pode se tornar a norma dominante (Bilewicz; Soral, 2020) e, se normas sociais são fortes preditores de comportamentos preconceituosos (Crandall;Eshleman;O'brien, 2002), podem normalizar discursos de ódio ao ponto de tornarem-nos regra. No ambiente virtual, tais conteúdos contam com apoio dos algoritmos, que criam "bolhas" limitadoras do contato apenas entre pessoas com ideias semelhantes (Pariser, 2012), e dos bots, que reforçam crenças discriminatórias (Uyheng; Bellutta; Carley, 2022) e polarização política -que, por sua vez, utiliza discursos de ódio como tática populista persuasiva (Mercuri;Lima-Lopes, 2020). No Brasil, por exemplo, a polarização culminou em mortes politicamente motivadas 7 (Pinho, 2022) e, mais recentemente, a mobilização de extremistas nas redes sociais levou à depredação, física e simbólica, dos Três Poderes (Guerra;Neder;Vasconcelos, 2023).…”