O uso de álcool e outras drogas é uma realidade no Brasil e no mundo, associado a fatores de risco que podem envolver além do usuário, as pessoas ao seu redor. Esta pesquisa investiga o convívio intrafamiliar dos usuários de álcool e outras drogas nas relações contemporâneas a partir do ponto de vista de cada um dos envolvidos. Adotou-se como base de investigação e análise a teoria sistêmica que considera a totalidade do fenômeno contextualizado. Realizou-se pesquisa de campo com a aplicação de questionário de característica qualitativa, exploratória. Responderam a pesquisa 20 familiares e 16 usuários. Os resultados constataram que os familiares e usuários acreditam que o uso de substâncias associa-se a situações de tristeza e falta de outros repertórios para lidar com problemas. Os usuários acrescentaram: (I) uso recreativo; (II) uso para melhorar o humor. Os familiares (45%) descreveram o convívio intrafamiliar com boa comunicação funcional e 55% descreveram a resolução dos conflitos conversando; os relacionamentos familiares foram descritos (40%) como insatisfatórios; a palavra “Amor”, a mais associada (15%) ao conceito família. O convívio intrafamiliar foi descrito pelos usuários (88%), com conflitos devido ao uso das substâncias. A relação familiar descrita (88%) como satisfatória, (44%) com comunicação funcional e 88% com o apoio familiar satisfatório; as palavras “Bagunça” (13%) e “União” (13%) foram as mais associadas ao conceito família. Este estudo pretendeu clarificar a complexidade em se separar o que é um “problema” oriundo do uso de drogas da própria relação intrafamiliar. Se por um lado, tristezas e sofrimentos desencadeiam o desejo pelo uso de substâncias, por outro, se busca uma vida satisfatória em família. Indica-se para um próximo estudo as relações intrafamiliares para além da culpabilização do fenômeno Droga.