Este trabalho visa apresentar um panorama diacrônico das abordagens de dois seriados veiculados em períodos distintos, num intervalo de duas décadas. O primeiro, intitulado Queer as Folk, de 2000, na TV por assinatura, aborda as vivências não normatizadas da sexualidade gay e lésbica, enquanto o segundo, Pose, mais recente, por streaming, avança nas representações de minorias transexuais e transgêneros, com cortes de raça e de classe social. Evidencia-se, a partir de um olhar sobre os estudos de gênero e da sexualidade, com aporte das representações sociais da psicologia social e dos estudos culturais, pela análise de conteúdo, como se dão as visibilidades das tensões e das negociações do que escapa da heteronormatividade nos limites da ficção seriada televisiva. Da visibilidade de uma hegemonia gay, branca, classe média com o mote da homofobia, duas décadas após, percebe-se as representações de pessoas negras e vulneráveis social e economicamente ao enfrentarem a transfobia.