Objetivo: Descrever o impacto das relações sociofamiliares na construção da personalidade das pessoas transexuais. Metodologia: Pesquisa descritiva, qualitativa, utilizou o método Narrativa de vida, realizada no período de 2016 a 2019, com 19 participantes transexuais e 14 familiares. Os dados foram coletados por entrevista narrativa, realizou-se a análise compreensiva de Daniel Bertaux e adotou o referencial teórico de Michel Foucault. Resultados: Evidenciou-se que a família e outras instituições sociais reproduzem e afirmam dogmas normatizadores e produzem ações de disciplina e controle sobre os corpos das pessoas transexuais durante o processo de amadurecimento, a fim de coagir a vivência das identidades de gênero. As relações intersubjetivas fortes aparecem como uma possibilidade de inversão dessa rejeição a aceitação da transexualidade. Conclusão: A aceitação sociofamiliar é um desafio para a aceitação e inclusão social das pessoas transexuais pela família e demais segmentos sociais.