Deficiências de micronutrientes após cirurgia bariátrica: análise comparativa entre gastrectomia vertical e derivação gástrica em Y de Roux.

Abstract

RESUMO Objetivo: comparar a prevalência das deficiências de micronutrientes nos pacientes submetidos à gastrectomia vertical (GV) e à derivação gástrica em Y de Roux (DGYR). Métodos: estudo comparativo de 576 pacientes submetidos à cirurgia bariátrica, 338 através de GV e 238 de DGYR e avaliados quanto às dosagens séricas de hemoglobina, ferro, ferritina, zinco e vitamina B12. Estas dosagens foram realizadas nos períodos pré-operatório e três, seis, 12 e 24 meses após a cirurgia, para análise e comparação das deficiências de micronutrientes entre as técnicas. Resultados: o grupo submetido à GV foi composto por 48 homens e 290 mulheres, com IMC médio de 39,4±2,6Kg/m2 e média de idade de 37,2±11 anos; o grupo submetido à DGYR foi composto por 77 homens e 161 mulheres, com IMC médio de 42,7±5,9Kg/m2 e média de idade de 41,9±11,1 anos. Após 24 meses, déficit de hemoglobina se fez presente em 24,4% dos pacientes submetidos à GV e 40% da DGYR (p=0,054); deficiência de ferro em 6,6% da GV e 15% da DGYR (p=0,127); déficit de ferritina em 17,8% da GV e 23,7% da DGYR (p=0,399); deficiência de zinco em 6,6% da GV e 30% da DGYR (p=0,002) e deficiência de B12 em 6,6% da GV e 8,7% da DGYR (p=0,844). Conclusão: pacientes submetidos à GV apresentaram níveis séricos de ferro e zinco superiores aos pacientes submetidos à DGYR, e a prevalência de déficit deste último micronutriente foi significativamente maior no grupo da DGYR.

Bariatric Surgery in Obesity: Effects on Gut Microbiota and Micronutrient Status

“…Postoperative restriction of food intake, reduced appetite, and changes in gastrointestinal hormone profile are common weight loss mechanisms, well-documented after both RYGB and VSG, that also affect nutrient status [99]. However, the onset of surgery-related micronutrient deficiencies secondary to RYGB and VSG are explained by different factors.…”

“…Micronutrient absorption (especially vitamin B 12 ) following RYGB is also impaired due to a lower output of gastric juice as a result of bypassing the distal stomach [101]. Postoperative restriction of food intake, reduced appetite, and changes in gastrointestinal hormone profile are common weight loss mechanisms, well-documented after both RYGB and VSG, that also affect nutrient status [99]. However, the onset of surgery-related micronutrient deficiencies secondary to RYGB and VSG are explained by different factors.…”

The prevalence of zinc deficiency in morbidly obese patients before and after different types of bariatric surgery

“…Similar to our findings, Ferraz et al observed no significant difference in zinc deficiency between RYGB and SG after 12 months of surgery (25.6% vs. 26.6%, respectively). Nevertheless, they presented a substantial difference between the surgeries at 24 months of follow-up (RYGB: 30% vs. SG: 6.6%, P -value< 0.05) [ 10 ]. Consistently, a higher prevalence of zinc deficiency among RYGB patients compared to SG patients following 12 months of operation has been reported (40.7% vs. 18.8%, respectively) [ 13 ].…”

“…We recorded zinc serum levels during the preoperative period and follow-up measurements at three, six, and 12 months after the surgery. The reference value for zinc serum levels is 70-120 μg/dl [ 10 ]. Baseline clinical and demographic features were also recorded on a checklist.…”

Perfil Alimentar E Reganho De Peso De Pacientes Submetidos À Cirurgia Bariátrica Em Um Hospital Universitário / Food Profile and Weight Regain of Patients Submitted to Bariatric Surgery in an University Hospital

“…Apesar dos efeitos benéficos que o tratamento cirúrgico pode oferecer, aproximadamente 30% dos pacientes submetidos à cirurgia bariátrica pode desenvolver, em longo prazo, deficiências nutricionais (TOREZAN, 2013). Essas deficiências são observadas tanto nos pacientes submetidos à Sleeve Gástrico (SG) quanto naqueles submetidos à Bypass em Y-Roux (BGYR) e, quando não corrigidas, podem representar uma importante ameaça à saúde desses pacientes (VAN RUTTE et al, 2014;FERRAZ et al, 2018). Dessa forma, é necessário um acompanhamento por longo período, sendo a alimentação adequada uma forte aliada no tratamento e na prevenção dessas complicações (BEN-PORAT et al, 2017).…”