Introdução: Embora as complicações no parto e puerpério não sejam previsíveis, os indicadores de mortalidade materna são extremamente sensíveis a cuidados obstétricos de qualidade, e o tempo na obtenção de cuidado adequado é o fator mais importante relacionado às mortes maternas, o que comprova que a mortalidade materna é prevenível. Objetivo: Identificar e analisar a mortalidade materna na região do Alto Jequitinhonha, MG. Método: Trata-se de estudo quantitativo, descritivo, com análise de dados no SIM/DATASUS, nos atestados de óbitos e nos prontuários das pacientes que foram a óbito materno, no período de 2010 a 2013, sobre as características relacionadas aos dados epidemiológicos, obstétricos, situação do município quanto à existência de protocolo e investigação do óbito, causas de morte e atraso na assistência. Resultados: A faixa etária predominante foi entre 18 e 30 anos, atingindo 50%. Entre as características obstétricas do óbito, destaca-se a primiparidade, o terceiro trimestre gestacional, a classificação de baixo risco e a incidência de cesáreas. Nos municípios, 83,33% não apresentam protocolo de atendimento e em 66,66% dos casos não foi realizada a investigação do óbito. As principais causas de mortalidade materna encontradas foram diretas, com destaque para a síndrome de Hellp, com 25%. Dentre os fatores relacionados à qualidade do cuidado assistencial, destaca-se o atraso no início do tratamento. com 83,33%, assim como o atraso no diagnóstico e o manejo inadequado do paciente, ambos com 75%. Conclusão: A frequência de demora na assistência obstétrica está diretamente relacionada ao pior desfecho materno.
Palavras-chave: Mortalidade materna; Saúde materna; Fatores de risco;Gestação.
RESUMO
Revista Médica de Minas Gerais
Mortality Study of Mother in High Region Jequitinhonha, Minas Gerais