Da terra onde se retira o pão também se constrói o território: as transformações sócioterritoriais sofridas pelo Povo Xavante em decorrência do avanço do agronegócio na Terra Indígena Marãiwatsédé

Rocha, Leonardo

doi:10.14393/ufu.te.2018.607

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“…Houve uma reunião no Posto da Matanaquele momento uma vila recém-criada no centro da TI, no entroncamento da BR 158 com a MT 424, na qual habitavam cerca de duas mil pessoasno dia 20 de junho de 1992, previamente agendada e transmitida via rádio para municípios próximos em que se incentivava a invasão do território, contando, inclusive, com a presença do prefeito de São Félix do Araguaia, José Antônio de Almeida, "Baú", e outros políticos. (ROCHA, 2018;TAFNER JÚNIOR, 2015). Rocha (2018) afirma que a partir dessa reunião cerca de 2.000 pessoas iniciaram um processo de ocupação da área da Fazenda Suiá-Missú com a promessa, por parte dos organizadores, de que cada posseiro receberia uma gleba de terra de 22 alqueires (52,24 hectares).…”

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“…(ROCHA, 2018;TAFNER JÚNIOR, 2015). Rocha (2018) afirma que a partir dessa reunião cerca de 2.000 pessoas iniciaram um processo de ocupação da área da Fazenda Suiá-Missú com a promessa, por parte dos organizadores, de que cada posseiro receberia uma gleba de terra de 22 alqueires (52,24 hectares). Assim, as terras ora prometidas aos Xavante pelo grupo Agip durante a ECO-92 acabaram sendo ocupadas ilegalmente por posseiros da região e de outros estados.…”

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“…Além disso, houve um leilão, noticiado pelo jornal Folha de São Paulo, no dia 17 de novembro de 1992, em que as terras limítrofes a área em litígio entre índios e posseiros, área que também pertenciam à Agropecuária Suiá-Missú, eram vendidas. (ROCHA, 2018). Como lembra Rosa (2015), enquanto os representantes internacionais da Agip Petroli anunciavam a devolução da terra aos Xavante, a Agip do Brasil, por meio de seus dirigentes e gerentes da fazenda, adotou uma postura de tentar reverter o anúncio feito pelo presidente da matriz da empresa.…”

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“…descontínuas, sendo essas: Marechal Rondon 8 , Marãiwatsédé 9 , São Marcos 10 , Pimentel Barbosa 11 , Areões 12 , Sangradouro/Volta Grande 13 e Wedezé 14 . (ROCHA, 2018;FUNAI, 2020). O presente trabalho está focado nas TIs Parabubure e Marãiwatsédé.…”

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“…Na tentativa de impedir que o leilão fosse realizado, os Xavante, juntamente com membros do Conselho Indigenista Missionário (CIMI), fizeram um protesto na porta do Castro's Hotel, em Goiânia. Os Xavante acabaram sendo impedidos de participar (ROCHA, 2018)…”

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Expulsão e retorno: estratégias dos Xavante de Parabubure e de Marãiwatsédé para a demarcação de seus territórios

Oliveira

2020

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Os Xavante ou A'uwe (gente), como se autodenominam, é um grupo indígena que pertence a família linguística Jê, do tronco Macro-jê, situados no Mato Grosso. Chegaram ao estado entre 1820-1870 fugindo do contato com os não índios e dali se subdividindo em diferentes regiões do estado, contudo, políticas desenvolvimentistas empregadas a partir do governo Vargas os alcançaram e expulsaram de seus territórios. O presente trabalho tem por objetivo analisar as táticas destes indígenas para retomar seus territórios, em especial a TI Parabubure e a TI Marãiwatsédé. Para tanto, é uma pesquisa qualitativa que faz uso de entrevistas e falas de atores divulgadas em documentários e jornais ao longo do processo. A TI Parabubure foi demarcada no contexto de fim da ditadura militar e, para pressionar o governo, os Xavante iam a Brasília, invadiam os órgãos governamentais e faziam “performances culturais” afim de atrair atenção às suas demandas. Já a TI Marãiwatsédé, que teve sua demarcação estabelecida a partir de várias batalhas judiciais, teve como marco o amparo dos indígenas na lei como sua âncora de convencimento.

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Expulsão e retorno: estratégias dos Xavante de Parabubure e de Marãiwatsédé para a demarcação de seus territórios

Oliveira

2020

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As consequências da BR 158/MT para o território indígena de Marãiwatsédé

Demambro¹,

Pietrafesa²,

Rojas³

2020

coloquio

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O presente artigo analisa as consequências da rodovia BR 158/MT para a comunidade indígena do povo Xavante que vivia na área chamada Marãiwatsédé ao leste do Estado de Mato Grosso e sofreram com processos de remoção e expropriação de seu território. Este conflito iniciou na década de 1960 e expõe o protagonismo deste povo durante o processo de luta pela terra e retorno ao território já no ano de 2013. A metodologia utilizada, de cunho qualitativo, ancorar-se-á em pesquisa bibliográfico-documental e pesquisa de campo, por meio de entrevista não estruturada. Desta forma, o artigo apresenta as percepções de lideranças indígenas a respeito da rodovia que ora passava dentro de seu território e agora faz um contorno na mesma área. Com a intenção de atender as metas do governo federal, o estado de Mato Grosso priorizou o desenvolvimento econômico e as comunidades indígenas sofreram grandes perdas de seu território original. Um dos resultados deste artigo foi que mesmo achando a BR 158/MT extremamente necessária para sua sobrevivência, os líderes indígenas se queixam da não participação nas discussões que definem ações dentro de seus territórios.

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Da terra onde se retira o pão também se constrói o território: as transformações sócioterritoriais sofridas pelo Povo Xavante em decorrência do avanço do agronegócio na Terra Indígena Marãiwatsédé

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As consequências da BR 158/MT para o território indígena de Marãiwatsédé

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