Objetivo: compreender o imaginário coletivo sobre pacientes com diagnóstico de esquizofrenia por parte de enfermeiros inseridos na Atenção Primária, com foco em suas possíveis reverberações no tocante à atenção em saúde mental. Método: pesquisa qualitativa, orientada pelo método investigativo psicanalítico, desenvolvida junto a 15 enfermeiros. O instrumento utilizado foi o Procedimento de Desenho-Estória com Tema, e os dados coletados foram interpretados psicanaliticamente visando à captação dos campos de sentido. Resultados: no imaginário coletivo da maioria dos participantes, ocupa lugar central a crença de que o acompanhamento de pacientes com diagnóstico de esquizofrenia é responsabilidade exclusiva de profissionais e/ou serviços de saúde “especializados”, o que aparentemente atravessa, de modo marcante, os (des)encontros que se estabelecem entre os enfermeiros e os referidos pacientes. Conclusão: essa crença é incompatível com os preceitos da Reforma Psiquiátrica Brasileira e com o papel a ser desempenhado, na Atenção Primária, pelos enfermeiros.