"Cuida direitinho"

O internacionalismo dos trabalhadores do setor de serviços: a ação das redes sindicais em empresas transnacionais

“…As No caso brasileiro, a pesquisa de Patrícia Rocha Lemos (2019), que realizou entrevistas com lideranças sindicais do Walmart no país entre os anos de 2015 e 2018, no estado de São Paulo, indicou que, se por um lado, em relação à organização sindical, o Walmart reconheceu o sindicato como interlocutor, por outro, isso não significou que a empresa tenha se colocado de modo a respeitar os direitos dos sindicatos em ter livre acesso aos locais de trabalho e divulgar informações para os trabalhadores no local de trabalho. Para Lemos (2019), ainda que o Walmart fosse receptivo ao sindicato e tomasse em conta suas demandas, foi apontado pelos sindicalistas que, na prática, nada era feito por parte da empresa em relação às demandas apresentadas (LEMOS, 2019) Além disso, Lemos (2019), ao analisar a relação dos sindicatos localizados no estado de São Paulo, identificou que na região de Osasco, por exemplo, o sindicato local constantemente encontrava dificuldades para garantir que seus boletins fossem entregues para os empregados da empresa e, para tal, dependia de vigilância frequente, pois a empresa se mostrava indisposta a possibilitar tal interação. Além disso, a pesquisadora identificou violações em relação às eleições da CIPA (Comissão Interna para Prevenção de Acidentes) em unidades de diversas cidades do estado, ao passo que relatos sugeriam a ineficiência dessas comissões no papel de garantir condições de segurança e saúde no local de trabalho.…”

“…Além disso, a pesquisadora identificou violações em relação às eleições da CIPA (Comissão Interna para Prevenção de Acidentes) em unidades de diversas cidades do estado, ao passo que relatos sugeriam a ineficiência dessas comissões no papel de garantir condições de segurança e saúde no local de trabalho. Além disso, na pesquisa de Lemos (2019), tiveram destaque os relatos de um número considerável de casos de assédio e discriminação de diversos tipos: desde aqueles baseados nas políticas da empresa e que funcionavam como formas de assédio moral institucional, além de outras práticas arbitrárias de discriminação e humilhação "para a qual a empresa fez vista grossa, ou dá carta branca a seus gestores" (LEMOS, 2019) .…”