Craniofaringiomas são tumores benignos raros derivados de remanescentes da bolsa de Rathke, localizados no espaço suprasselar. Representam de 1 a 3% de todos os tumores cerebrais, com duas faixas etárias de incidência predominantes: crianças (5-15 anos) e adultos (5ª década de vida). Os subtipos principais são papilar e adamantinomatoso, sendo este último mais comum. Eles crescem lentamente e podem invadir localmente estruturas adjacentes, causando morbidade significativa devido ao efeito de massa e complicações endócrinas como hipopituitarismo e obesidade hipotalâmica. O diagnóstico baseia-se principalmente em exame de imagem, geralmente ressonância magnética, que revela uma massa suprasselar capaz de comprimir o quiasma óptico. Os sintomas incluem distúrbios visuais, dores de cabeça e déficits hormonais, especialmente em crianças. O caso em questão envolveu um homem de 30 anos com hemianopsia progressiva e cefaleia. Após ressonância magnética diagnosticar uma lesão expansiva de 20 x 10 x 10 mm, ele foi submetido à abordagem transesfenoidal para biópsia e ressecção subtotal, seguida por radioterapia adjuvante. Apesar de desenvolver panhipopituitarismo, tratado com hormônios e corticosteroides, o paciente está assintomático após 5 anos, com controle de ressonância mostrando uma lesão remanescente de 5 x 4 x 6 mm. Em suma, o craniofaringioma, apesar de benigno, apresenta desafios significativos devido à sua complexa localização e potenciais complicações. O manejo terapêutico envolve decisões entre diferentes abordagens cirúrgicas, radioterápicas e medicamentosas com atenção especial para preservar a qualidade de vida, especialmente em pacientes jovens. O diagnóstico precoce e a abordagem multidisciplinar são fundamentais para otimizar os resultados e garantir um acompanhamento adequado.