ResumoTomando a residência unifamiliar como um artefato cultural, produto e produtor de relações sociais, este artigo pretende investigar as noções de representação, conforto e privacidade em suas práticas e materialidades, do momento de sua constituição, na virada do século XX, até suas transformações, em meados dos anos 1920. A partir desse panorama, pretende-se problematizar o habitus profissional e social de arquitetos como Lina Bo Bardi, Vilanova Artigas e Paulo Mendes da Rocha, que questionaram na década de 1960 a domesticidade "burguesa", propondo um novo modo de vida. Trata-se de apontar as ambiguidades dessa crítica, circunstanciando-a historicamente para, então, assinalar outras possibilidades de construção de diálogos entre os arquitetos e a sociedade na contemporaneidade.
Palavras-chave
AbstractConsidering the single-family residence as a cultural artefact, a product and producer of social relations, this article intends to investigate the notions of representation, comfort and privacy in their practices and materialities, from the moment of their constitution, at the turn of the twentieth century, to their transformations, in the mid-1920s. From this panorama, we intend to problematize the professional and social habitus of architects like Lina Bo Bardi, Vilanova Artigas and Paulo Mendes da Rocha, who have questioned the "bourgeois" domesticity in the 1960s, and proposed a new lifestyle. It aims at pointing out the ambiguities of such critique, detailing it historically to present other possibilities for building dialogues between architects and society in contemporaneity.