O uso de substâncias psicoativas (SPA) pela humanidade é extremamente antigo e seu consumo no decorrer da história possui amplas finalidades. No Brasil, o seu uso fez parte da cultura dos povos antigos na realização de rituais e festas, sendo um fenômeno conhecido desde os tempos da colonização portuguesa. O beber e a utilização de outras drogas fazem parte da cultura brasileira, traduzindo-se em um ato dinâmico que se modifica no intercurso do tempo e espaço. O presente trabalho se propõe a analisar uma parcela específica da população, assumindo que o uso de SPA é um comportamento relevante a ser considerado e estudado no Brasil contemporâneo. Essa parcela escolhida trata-se do público universitário que, devido ao seu protagonismo no desenvolvimento da sociedade, é merecedor de uma análise mais aprofundada para que se compreenda os fatores associados ao uso das drogas. Dentre os aspectos que justificam a escolha, está a vulnerabilidade a que essa parcela da população está sujeita, vez que o período de ingresso nas universidades, convenções sociais a serem cumpridas, festas com fácil acesso às drogas, pouca experiência social e necessidade de pertencimento a um grupo, fazem desta etapa da vida um cenário favorável ao contato e futuro envolvimento do estudante com essas substâncias. O presente trabalho se propôs a analisar os fatores associados ao “uso de SPA na vida” dentre universitários, através de uma amostra de 309 alunos, e utilizou como método de análise o preenchimento de questionários. Verificou-se que esses fatores são múltiplos e amplos, e abrangem hábitos sociais, familiares, religiosos, culturais e educacionais. Baseado nessa diversidade, o presente estudo sugere a necessidade de novas pesquisas para que se complementem os resultados obtidos e para que novas abordagens sejam desenvolvidas face à necessidade de mudança no ensino brasileiro em relação ao consumo de substâncias lícitas e ilícitas.