“…É o caso, por exemplo, de teóricos como Hannah Arendt, Ernesto Laclau e Jacques Rancière, os quais, ainda que fundamentados em perspectivas teóricas divergentes, entendem o conflito como elemento inerente à política, que adquire um caráter reivindicatório e contra-hegemônico, não apenas no plano teórico como também no da práxis (Fair, 2009;Machado, 2013). Nesse sentido, concordamos com Miguel (2014), para quem o conflito é próprio da política e, uma vez que sua intensificação pode trazer entraves à vida em sociedade, faz-se necessária a busca por uma unidade mínima que possibilite a convivência. Ainda assim, segundo o autor, "o reconhecimento da importância dessa preocupação não elimina o antagonismo das disputas políticas, nem o fato de que as regras e procedimentos não são neutros em relação aos grupos e interesses em choque" (Miguel, 2014: 15).…”