Conduta do Enfermeiro Frente aos Conflitos Éticos e Bioéticos em Área Vulnerável na ESF

Abstract

Este estudo tem como objetivo identificar a conduta do enfermeiro frente aos conflitos éticos e bioéticos no atendimento de famílias em situação de vulnerabilidade social na Estratégia Saúde da Família (ESF). Pesquisa de abordagem qualitativa, descritiva, exploratória e de campo. Realizou-se uma entrevista semiestruturada com seis enfermeiros atuantes na ESF de áreas consideradas vulneráveis, em um município do extremo Sul de Santa Catarina. A análise dos dados foi realizada a partir da análise de conteúdo. A conduta dos enfermeiros para a resolução dos conflitos éticos e bioéticos envolve a linguagem clara e acessível com discussão de caso com a equipe multidisciplinar; o trabalho em rede; vínculo do agente comunitário de saúde (ACS) com a comunidade; e a conduta ética dos profissionais. Considera-se fundamental que os profissionais promovam discussões sobre os dilemas e conflitos éticos e bioéticos enfrentados, buscando a qualificação e a humanização do cuidado, com resolutividade da rede de serviços.

Atuação Do Enfermeiro Na Atenção Básica: Um Olhar Sob a Ética Profissional

“…A relação enfermeiro-paciente aponta desafios relacionados a comunicação, principalmente na oferta de orientações, falta de sigilo e quebra de vínculo com o usuário e/ou a família. Além disso, dificuldades em ofertar acolhimento adequado e privacidade devido à estrutura física do serviço, bem como a alta rotatividade de profissionais, grande demanda de atendimentos, desafios na comunicação com a gestão e relações interprofissionais fragilizadas entre integrantes da equipe, são considerados desafios éticos a enfrentar na ABS (CAETANO, 2013;SIQUEIRA-BATISTA, 2015).…”

Health personnel, family relationships and codependency of psychoactive substances: a phenomenological approach

“…Given the complexity of health services and the rooting of this model, the centrality of the medical figure and his imagery of power exercised over life and death situations, which come with the passage of time and advances in society (17)(18) . This vision placed medicine at the center of health services, and this happened because their work and their decisions directly impact and define the way people should be led to live, in a biopolitical strategy evidenced since the origin of medicine (10,16,18) . Thus, medicine has the power to search, medicalize, separate and influence people, controlling time and space, as well as to assign levels of value to human life, affecting their subjectivities and forms of coping in the bio-psychological and social context in PC (16,18) .…”

“…In a socio-historical-philosophical way, health relationships occurred based on the logic of pious compassion, which emphasizes and strengthens professional power over users, through a relationship that segregates and feeds the fragile person's dependence on professionals (29) . A professional-user relationship is proposed in a supportive manner, which values the essence of the human being and is capable of generating exchanges and shares, with an empathic attitude and devoid of interests (10,17,20,29) .…”

“…Most of demands presented took on a subjective character that will depend on professional strategies, such as qualified and sensitive listening, holistic view, welcoming and humanization, aimed at establishing the therapeutic link in the triad nurses/users/ family. Through these needs, nurses must plan actions that seek to reinforce coping strategies and promote quality of life (10) .…”

Segurança do profissional e problemas éticos e bioéticos no cotidiano da atenção primária

“…Igualmente, torna-se plausível a reflexão em torno do agir ético e bioético dos profissionais (61). Nessa premissa, poderia ser possível atrelar educação profissional ao uso das mídias sociais e das tecnologias de informação e comunicação, capaz de proporcionar uma nova forma de interação, apoio e amparo entre os enfermeiros e a equipe, além de fortalecer competências profissionais e organizacionais necessárias à condução e à resolução dos conflitos éticos e bioéticos de forma rápida e com participação coletiva.…”