DOI: 10.11606/d.8.2016.tde-01032016-145531
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Comunidade surda: notas etnográficas sobre categorias, lideranças e tensões

Abstract: São várias as pessoas às quais gostaria de agradecer, por terem contribuído de diversas maneiras para a realização desse trabalho.Ao meu orientador, José Guilherme Cantor Magnani, por ter me apresentado um tema de pesquisa tão fascinante, intrigante e desafiador. Agradeço por sua generosidade e por ter favorecido minha autonomia como pesquisadora. Por ter me incentivado à realização de etnografia e à produção do caderno de campo. Por oferecer espaços para apresentação da minha pesquisa e para o diálogo com out… Show more

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“…As duas concepções de surdez consideradas neste estudo são a orgânico-biológica, pautada na medicina e na habilitação ou reabilitação do aparelho auditivo, aprendizagem das habilidades auditivas e o desenvolvimento de uma linguagem auditivo-oral com vistas à comunicação por meio da oralidade e da fala, e a concepção socioantropológica, que considera a particularidade linguística e cultural da surdez, valorizando o desenvolvimento da linguagem visuo-gestual, a comunicação por meio da língua de sinais e o bilinguismo 1,2,3,4,5 .…”
Section: Referencial Teóricounclassified
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“…As duas concepções de surdez consideradas neste estudo são a orgânico-biológica, pautada na medicina e na habilitação ou reabilitação do aparelho auditivo, aprendizagem das habilidades auditivas e o desenvolvimento de uma linguagem auditivo-oral com vistas à comunicação por meio da oralidade e da fala, e a concepção socioantropológica, que considera a particularidade linguística e cultural da surdez, valorizando o desenvolvimento da linguagem visuo-gestual, a comunicação por meio da língua de sinais e o bilinguismo 1,2,3,4,5 .…”
Section: Referencial Teóricounclassified
“…Nessa perspectiva, para além das tecnologias disponibilizadas nos serviços de saúde para a compensação do déficit auditivo, é preciso que o campo da saúde amplie a visão sobre os aspectos socioculturais do indivíduo surdo, extrapolando a questão biológica do aparelho auditivo para um ponto de vista antropológico, no qual o surdo passe a ser tratado como um sujeito que apreende o mundo pelas vivências e experiências prioritariamente visuais, capta as informações por meio da integridade sensorial que lhe é possível, compartilha códigos sociais e condutas políticas, e pode se expressar não só pela oralidade, mas também pelas mãos usando a língua de sinais 3,5 .…”
Section: Considerações Finaisunclassified
“…Pesquisas do Laboratório do Núcleo de Antropologia Urbana da Universidade de São Paulo acompanharam o circuito surdo na cidade de São Paulo e notaram que ele possui um amplo alcance no espaço urbano que passa por relações familiares e de amizade, além de instituições, escolas e movimentos da sociedade civil organizada. Cibele Assensio (2015), por exemplo, acompanhou ativistas da comunidade surda paulistana, que atuam na constituição de um campo político para a implantação da Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) no sistema educacional brasileiro e da possibilidade de fortalecimento de uma cultura surda, com uma língua própria. Essa cultura, segundo Assensio, tem sido reivindicada por meio especialmente de uma língua em comum que se expressa por uma corporalidade própria e uma certa forma de estar no mundo.…”
Section: O Corpo Na Cidadeunclassified
“…Parte-se de uma visão dicotômica entre normalidade e anormalidade, na qual a incapacidade em detectar, discriminar e processar os sons do ambiente e da fala é uma anormalidade a ser corrigida, ou seja, as pessoas surdas apresentam uma deficiência auditiva e portanto necessitam ter restaurada a sua capacidade de ouvir por intermédio de práticas da Medicina e da Audiologia (BISOL; SPERB, 2010;VALENTINE, 2011;. Esse enfoque na condição auditiva do indivíduo expressa uma concepção denominada de orgânico-biológica da surdez, que traz um caráter clínico-terapêutico para o qual a noção de incapacidade pela deficiência é central (ASSÊNCIO, 2015;SKLIAR, 2006).…”
Section: Introductionunclassified
“…Por outro lado, nos campos da educação e da cultura encontram-se abordagens segundo as quais essa condição não imprime uma incapacidade, uma vez que existe um campo de práticas discursivas que confere à surdez o estatuto de particularidade linguística e cultural (ASSÊNCIO, 2015). A história da educação de surdos evidencia o desenvolvimento de uma habilidade de comunicação que independe da funcionalidade do aparelho auditivo, pois usa a via visual gestual para a comunicação por meio de sinais, capacidade esta que vem possibilitando conquistas de direitos sociais das pessoas surdas desde o século XVIII.…”
Section: Introductionunclassified