Compromisso ético-político da psicologia na educação como expressão da perspectiva histórico-cultural

Psicólogas(os) no Sistema Educacional de Boa Vista/Roraima: Concepções, Práticas e Desafios

“…É importante destacar que não comparece, enquanto referencial teórico, autores da Psicologia Escolar de perspectiva crítica, da Psicologia Histórico-Cultural, da Teoria Crítica, pensadores da Pedagogia Histórico-Crítica ou do campo da Educação de modo geral, sugerindo que as(os) profissionais desconheciam as contribuições dessa literatura de vasto arcabouço teórico-metodológico que busca compreender e explicar, entre outros aspectos, a complexidade do fenômeno educativo, como os trabalhos de Catani e Gatti Júnior (2015), Meira e Antunes (2003a, 2003b, Saviani (1944), Zibetti, Souza e Barroco (2015; sobre o processo de escolarização, por meio dos trabalhos de Barbosa (2011), Machado e Souza (1997, M. Souza (2007), M. Souza, Silva et al (2014); relativos à produção da queixa escolar, com Machado (1997), M. Souza (1996), B. Souza (2007c); da produção do fracasso escolar, com Machado (1996Machado ( , 2000, Patto (1984Patto ( , 1990Patto ( /2015; das discussões sobre o compromisso ético e político que devemos ter ao atuar em espaços educacionais, a partir dos estudos de Machado (2003), Meira (2000Meira ( , 2003, Meira e Antunes (2003a, 2003b, Silva (2019), Tanamachi (1997Tanamachi ( , 2014), e Tanamachi, Proença et al (2000).…”

“…Assim, realizar rodas de conversa com professores, funcionários e, também, com as famílias; fazer observação dos alunos em sala e durante os intervalos; promover a realização de grupos e encontros individuais com os estudantes etc., portanto, a atuação desse(a) profissional deve ter a finalidade de oferecer orientações que favoreçam o desenvolvimento, a responsabilidade e o compromisso de todos, de forma que todos os atores da instituição sejam compelidos a refletirem sobre o fenômeno educativo e suas dificuldades, ampliando, dessa forma, o entendimento sobre o processo de escolarização, a queixa e o fracasso escolar (CFP, 2019;Gomes & Souza, 2015;Meira & Antunes, 2003a, 2003bM. Souza, Silva et al, 2014;Tanamachi, 1997Tanamachi, , 2014Tanamachi & Meira, 2003;Tanamachi et al, 2000).…”

Da ética marxista à psicologia vigotskiana: apontamentos para uma síntese

“…Vigotski" (Toassa, 2004), "A formação psicológica de valores morais no contexto da sociabilidade competitiva e individualista na educação: apontamentos para a atividade pedagógica" (Mesquita, 2018), "Princípios éticos em Vigotski: perspectivas para a psicologia e a educação" (Delari Junior, 2013) e "Compromisso Ético-Político da Psicologia na Educação como expressão da perspectiva Histórico-Cultural" (Tanamachi, 2014 Ao focalizarmos em Vigotski nossos esforços, buscamos organizar aquilo que o autor escreveu sobre moral e que, ao nosso ver, foi elaborado mais profundamente e com maiores avanços por Bozhovich (1985;1987) em seus textos sobre o desenvolvimento da personalidade que adentravam no tema do desenvolvimento moral. Como veremos, nossos resultados nos permitem encontrar em Vigotski aquilo que Bozhovich relata sobre a moral.…”

Travessias

“…Um dos exemplos mais contundentes disso é quando o psicólogo é chamado a atender um "aluno que não aprende" e procede com diagnósticos e intervenções que acabam por atribuir as dificuldades de escolarização somente a problemas intrínsecos ao sujeito, contribuindo para a exclusão do aluno em questão, por meio da mera atribuição de rótulos diagnósticos que produzem estigmas e preconceitos, ignorando a rede de relações e determinações que compõem as dificuldades no processo de aprendizagem: família, escola, políticas educacionais, contexto social. Tanamachi (2014) assinala que a postura classificatória na prática do psicólogo escolar é infrutífera, pois conforma e imobiliza a busca por superações da condição de não aprendizagem. Não basta perguntar "por que não aprende?…”