AgradecimentosAos meus pais Ronan (in memoriam) e Margarida, e irmãos Rodrigo, Frederico e Otávio, por tudo de melhor que uma família possa representar.Para Tayana, pelo carinho e estímulo.Para minha orientadora Profa. Ana Luiza d'Ávila Viana. Uma daquelas pessoas especiais que cada um encontra pela vida. Agradeço de coração.Para o Prof. Luiz Carlos Silveira, outra destas pessoas especiais.Para os Profs. Nelson Rodrigues (Nelsão) e Paulo Fortes, pelas generosas contribuições na qualificação da tese. Para o prof. Paulo Elias, que para além da qualificação esteve sempre disponível para contribuições.A todo o Departamento de Medicina Preventiva da USP, na pessoa da Profa. Maria Novaes.Para a Universidade Federal de São Carlos, pela liberação de parte da minha carga horária de professor, essencial para dedicação à tese.Para todos os colegas da UFSCar, especialmente àqueles que me auxiliaram com as obrigações da graduação ou que generosamente me emprestaram os ouvidos para que pudesse testar a coerência de meus argumentos: Bruno Fontanella, Marcelo Demarzo, Lucimar Avó, Débora Gusmão, Carla Germano, Fernando Monti, Renata Kish e Petterson Floriano. Sob o referencial da história das idéias, este estudo revisa o pensamento sanitarista brasileiro, norteado pela figura do Centro de Saúde. A reforma do Serviço Sanitário paulista de 1925 e a instituição das Unidades de Saúde da Família em 1994 definem os limites gerais da revisão. Considera-se a possibilidade de que o discurso sobre o Centro de Saúde inaugurou uma nova era epistemológica na saúde pública, definida pela dimensão individual da "educação sanitária", em detrimento da "medicina das cidades" ou "era bacteriana". As novas concepções surgiram, sustentaram e foram sustentadas pelo deslocamento da influência política e intelectual francesa para os Estados Unidos, materializada nas ações da Fundação Rockefeller, tendo por base a Universidade Johns Hopkins. São Paulo foi uma das cidades escolhidas para investimento maciço, como "efeito demonstração" do novo ideário. Embora a atuação institucional da Fundação tenha tido escala planetária, a apropriação discursiva e adaptação local se mostrou mais precoce e coesa na América Latina, dando ensejo a criação e fortalecimento de um verdadeiro pan-americanismo na saúde pública, com a participação do Brasil. No país, o discurso da "era sanitária" e seus corolários "medicina preventiva", "medicina integral", "medicina comunitária" e atenção básica/primária", foi clivado por três grandes matrizes políticas, que se sucederam e predominaram em momentos distintos: "pensamento clássico", de matriz liberal e que dá significação cultural local às idéias que prevalecem no debate internacional a partir dos anos 1920; o "pensamento radical", de matriz marxista, que aflora na segunda metade dos anos 1970, principalmente no seio da intelectualidade acadêmica; e o "pensamento comunitário" em saúde pública, de raízes no pensamento político da assistência social, estimulado pela estratégia da Saúde da Família nos anos 1990. O pensamento radic...