CLAUDIA BALZAN; EDUARDA MARTINS; LUIZA DA COSTA; LETÍCIA TREVISAN GRESSLER
RESUMOA multiplicação de um ou mais agentes infecciosos, geralmente de origem bacteriana, em determinada topografia do trato urinário, pode resultar em infecção do trato urinário, sendo comumente diagnosticado na rotina clínica de pequenos animais. Dentre os agentes isolados, há a crescente ocorrência de resistência aos antimicrobianos e recidivas, justificando a necessidade de exames complementares, como urocultura e antibiograma para um diagnóstico assertivo e tratamento adequado. O objetivo do presente trabalho é reportar um isolado de Streptococcus sp. proveniente de infecção do trato urinário inferior de felinos com perfil multirresistente a antimicrobianos, com destaque para fármacos de uso restrito em humanos. Foi atendido um felino com suspeita de infecção do trato urinário inferior, para o qual foi realizada cultura microbiológica de urina e teste de suscetibilidade aos antimicrobianos. A amostra foi semeada em Ágar Cistina Lactose Eletrólito Deficiente (CLED) e incubada em aerobiose a 36°C durante 24 horas. Decorrido o período de incubação, foi possível visualizar o crescimento puro de colônias compatíveis com Streptococcus sp., com quantificação total de 500.000 Unidades Formadoras de Colônia por milímetro (UFCs/mL). A coloração de Gram revelou a presença de cocos Gram-positivos e o teste de catalase foi negativo, confirmando o diagnóstico de Streptococcus sp. O agente isolado foi submetido ao teste de suscetibilidade aos antimicrobianos pela técnica de disco-difusão, antes e após tratamento, utilizando discos contendo Amoxicilina com Ácido Clavulânico, Gentamicina, Nitrofurantoína, Ceftriaxona, Ciprofloxacina, Enrofloxacina, Marbofloxacina, Norfloxacina, Penicilina e Sulfametoxazol-Trimetoprim. No primeiro teste, foi observada sensibilidade apenas para Amoxicilina com Ácido Clavulânico, Gentamicina e Nitrofurantoína, caracterizando um perfil multirresistente, e na segunda, apenas para Amoxicilina com Ácido Clavulânico e Nitrofurantoína. Desse modo, reforça-se a importância da realização de urocultura e teste de suscetibilidade como ferramentas de diagnóstico assertivo e consciente, minimizando o uso de antimicrobianos e, por conseguinte, a resistência gerada pela exposição dos patógenos associados a tratamentos incorretos. Ainda, reitera-se a atenção a casos de resistência a fármacos de uso restrito, devido à capacidade de transmissão dessas cepas para seres humanos, constituindo um risco à saúde pública.