2018
DOI: 10.18542/amazonica.v10i1.5859
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Cacos de espíritos: aproximações entre antropologia e arqueologia no caso Karitiana em Rondônia

Abstract: Este artigo discute vestígios materiais – fragmentos cerâmicos e objetos industriais (de ferro e vidro) encontrados no território Karitiana, Rondônia, bem como as interpretações indígenas destes no processo de definição de sua territorialidade, algo que leva a consequências teóricas importantes para uma renovada reflexão sobre a história e a etnicidade na Amazônia indígena. A partir disso, especula algumas aproximações entre a Antropologia e a Arqueologia, na forma de uma crítica indígena aos vestígios arqueol… Show more

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“…Como sugerem Velden (2018), Silva (2002) e Oliveira (2015), apropriações e ressignificações de vestígios arqueológicos por parte dos grupos indígenas do presente têm fortalecido os processos de etnificação, fundação ou até mesmo refundação de suas ancestralidades. Tais agenciamentos possibilitam, inclusive, questionar a relação direta entre provas arqueológicas e identidades étnicas e, por isso, podem ter também consequências importantes sobre as formas de gestão, guarda e extroversão dos acervos.…”
Section: Acervos Arqueológicos Musealizados: Possibilidades De Apropriações Ressignificações Alteridades E Etnicidades Indígenasunclassified
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“…Como sugerem Velden (2018), Silva (2002) e Oliveira (2015), apropriações e ressignificações de vestígios arqueológicos por parte dos grupos indígenas do presente têm fortalecido os processos de etnificação, fundação ou até mesmo refundação de suas ancestralidades. Tais agenciamentos possibilitam, inclusive, questionar a relação direta entre provas arqueológicas e identidades étnicas e, por isso, podem ter também consequências importantes sobre as formas de gestão, guarda e extroversão dos acervos.…”
Section: Acervos Arqueológicos Musealizados: Possibilidades De Apropriações Ressignificações Alteridades E Etnicidades Indígenasunclassified
“…Para isso, os vestígios arqueológicos podem ser entendidos não como provas de continuidades históricas, mas como elementos passíveis de diferentes interpretações, apropriações, significações e ressignificações, sempre móveis e porosas (VELDEN, 2018;SILVA, 2002;OLIVEIRA, 2015), que espelham sentimentos de pertencimento em parte de sujeitos e grupos que neles venham a se reconhecer, e a eles se filiem. Portanto, essa possibilidade nos leva à reflexão de que "ser índio" no Brasil contemporâneo pode significar também o ato de reivindicar para si uma especial condição de pertença a determinado grupo étnico-cultural indígena (ALMEIDA, 2013), para os quais os objetos podem servir de registro físico.…”
Section: Acervos Arqueológicos Musealizados: Possibilidades De Apropriações Ressignificações Alteridades E Etnicidades Indígenasunclassified
“…As críticas aos modelos empregados para estabelecer relações entre artefatos materiais e culturas já abrangem uma gama de considerações. Vão desde as denúncias à atribuição de significados aos objetos e bens como prática discursiva do Estado e de movimentos nacionalistas (Jones 1997;Tomaso & Lima Filho 2012), como relação de poder (Schiavetto 2005) e como colonialidade (Eremites de Oliveira 2016), até as atuais apropriações e interpretações indígenas (Eremites de Oliveira 2017; Silva 2002;Velden 2018). Neste último caso, não interessa mais a natureza técnica ou estética dos artefatos, tão cara àquela Arqueologia das tradições, mas as apropriações e interpretações cosmológicas e políticas que os indígenas produzem a respeito dos sítios e vestígios em seus territórios.…”
Section: Introductionunclassified
“…Neste último caso, não interessa mais a natureza técnica ou estética dos artefatos, tão cara àquela Arqueologia das tradições, mas as apropriações e interpretações cosmológicas e políticas que os indígenas produzem a respeito dos sítios e vestígios em seus territórios. Sejam como cacos de espíritos (Velden 2018) ou como restos das panelas dos heróis culturais (Silva 2002), potes são de pessoas, de demiurgos e de espíritos dos antepassados.…”
Section: Introductionunclassified
“…Cabe lembrar que alguns antropólogos também desenvolveram reflexões sobre esses modos de apropriação indígena dos materiais e sítios arqueológicos(p.ex. andrellO, 2005;GallOiS, 1994;Oliveira;freire, 2005;velden, 2018).para a construção da PCH Paranatinga II, no rio Culuene, alegando que Outro episódio envolveu os povos Mundurucu, Kaiabi e Apiaká atingidos pelo projeto do "Complexo Hidrelétrico do Tapajós (PA/MT)", e que foi relatado pela imprensa, em abril de 2013. Segundo os relatos, a empresa tadas" (www.sabnet.com.br/arquivo/download?ID_ARQUIVO=760, p. 6).…”
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