Barreiras pessoais para prática de atividade física percebidas por portadores de AIDS

Abstract

RESUMOO propósito deste estudo foi analisar a prevalência de barreiras pessoais para a prática de atividade física percebidas em portadores de AIDS. Trinta e cinco sujeitos de ambos os gêneros participaram voluntariamente deste estudo. Três questionários foram aplicados na seguinte sequência: a) barreiras pessoais percebidas para prática de atividade física; b) nível de atividade física habitual e c) socioeconômico. A prevalência de prática de atividade física adequada nas horas de lazer (≥ 150 min/sem) foi de 23,5%. As principais barreiras pessoais percebidas para prática de atividade física identificadas foram: (1) preguiça ou cansaço (48,6%); (2) falta de companhia (45,7%); (3) possuir lesão ou doença (37,2%) e (4) falta de dinheiro e medo de se machucar (34,3%, para ambas). Os resultados sugerem que a principal barreira pessoal percebida para prática de atividade física relatada pelos participantes guarda relação com os efeitos colaterais da medicação antirretroviral utilizada para o controle da AIDS.Palavras-chave: Estilo de vida sedentário. AIDS. Questionários.

Adesão e aderência a um programa de exercício físico em pessoas vivendo com HIV/AIDS

“…Por outro lado, os resultados com relação as barreiras percebidas são semelhantes ao trabalho de Ribeiro et al 14 que entrevistou 35 sujeitos com HIV/aids que apresentavam baixa prevalência de prática de atividade física no lazer e percebiam barreiras como "preguiça ou cansaço", "falta de companhia", "possuir lesão ou doença", "falta de dinheiro" e "medo de se machucar". Observa-se diferenças na frequência das barreiras "preguiça ou cansaço e possuir lesão ou doença" do estudo Consideráveis índices de desistência nos estudos são observados na literatura com a população de pessoas vivendo com HIV em estudos com programas de exercício físico 11,12 .…”

“…As barreiras "falta de companhia" e "medo de se machucar" estavam entre as mais prevalentes no início do programa, porém, ao final estas não apare-ceram como as mais citadas, sendo ultrapassadas por "possuir alguma doença ou lesão que atrapalhe a prática" e "falta de tempo". Importante ressaltar que a barreira "falta de companhia" foi uma das mais prevalentes no estudo de Ribeiro et al 14 , enquanto no presente estudo tal barreira apresentou uma diminuição numérica na frequência quando comparada ao início (31,6%) e final (10,5%) do programa de exercícios físicos. A hipótese levantada é que o programa era conduzido em grupos, e isso pode ter sido um facilitador para a prática, visto que ao treinar com mais pessoas aumenta-se os vínculos, e aparentemente diminui-se a necessidade de levar companhia ao seu treinamento, visto que os próprios membros do programa terão esse papel.…”

“…As perguntas envolviam barreiras como a apresentada, além de fatores como lesão ou doença, gostar de praticar atividades físicas, sentir preguiça ou cansaço, falta de dinheiro, medo de se machucar, falta de companhia, tempo livre, preocupação com aparência, falta de incentivo da família, jornada de trabalho extensa e compromissos familiares. Também foi incluída uma questão sobre preconceito como barreira, conforme adaptação realizada por Ribeiro et al 14 , aplicado no início e no final do programa de exercícios.…”

“…Nesse sentido, trabalho recente, realizado na África do Sul, demonstrou informações importantes sobre barreiras para a prática da atividade física e verificou que fatores como falta de energia, queixas psicológicas, níveis de estresse, responsabilidade familiar, condições meteorológicas adversas, a violência doméstica, criminalidade e local de trabalho eram barreiras presentes naquele grupo 13 . No Brasil 14 algumas barreiras já foram identificadas nessa população, sendo as principais: preguiça ou cansaço, falta de companhia, possuir lesão ou doença, falta de dinheiro e medo de se machucar. No entanto, informações sobre a adesão -ato de se dar início a uma prática de atividade física -, e aderênciamanutenção/permanência da prática, a programas de exercício, bem como fatores relacionados a sua continuidade não foram localizados nessa população.…”

“…Barreiras percebidas para a prática de atividade física antes e após o programa de exercícios físicos, em Londrina, Paraná, ano 2014 e n= 29. Ribeiro et al14 . Vale destacar que o estudo citado incluiu pessoas que não necessariamente estavam entrando em um programa de exercícios físicos.…”