Avaliação do acesso em mamografias no Brasil e indicadores socioeconômicos: um estudo espacial

Abstract

Resumo OBJETIVO Avaliar a correlação entre a cobertura do exame mamografia em mulheres de 50 a 69 anos e os indicadores socioeconômicos Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e Índice de Gini. MÉTODOS Estudo epidemiológico, retrospectivo e ecológico realizado no Brasil com dados secundários. A amostra é composta por 5565 municípios do Brasil. Como variável dependente: a Razão de exames de mamografia de rastreamento realizados em mulheres de 50 a 69 anos, de 2008 a 2015, e como variáveis independentes: o Índice de desenvolvimento humano (IDH) e Índice de Gini. Foi realizada a análise descritiva, análise espacial univariada e bivariada. RESULTADOS Norte, Nordeste e Centro-Oeste são regiões que se mostram mais propícias para o câncer de mama, devido ao baixo acesso para mamografias. CONCLUSÃO O IDH e o índice de Gini, determinantes de desigualdades, influenciam diretamente na cobertura de exames de mamografia no Brasil, destacando a importância de avaliação das políticas públicas.

Inequities in access to mammographic screening in Brazil

“…Coverage was massive in the largest urban centers, which were also the least socially unequal. A study based on data for the 161 IBGE intermediate regions of urban articulation in Brazil, for the years 2008-2015, also showed smaller mammographic screening coverage to be associated with being located in the North and Northeast regions, lower Human Development Index (HDI) and higher Gini coefficient 33 . Countries with higher HDI have a higher percentage of breast cancer cases diagnosed in stage I, which is an indicator that they were probably detected by mammographic screening 34 .…”

Análise epidemiológica dos principais condicionantes de risco para COVID-19 e pandemias futuras no Brasil

“…regiões Sul e Sudeste, a prevalência de mamografia foi, respectivamente, 96,1% e 95,5%, enquanto nas demais regiões esse número foi menor, fato que corrobora a discrepância regional existente no acesso às práticas preventivas contra o câncer de mama. Tais achados se relacionam com diversos estudos, os quais apontam que as regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste apresentam baixo número de mamografias realizadas e que os exames preventivos de mamografia estão concentrados nas regiões Sul e Sudeste (BEZERRA et al, 2018;CRUZ;PAIXÃO, 2015;OLIVEIRA et al, 2011;XAVIER et al, 2016;NOVAS;MATTOS, 2009;AZEVEDO;.…”

O atual panorama do câncer de mama feminino no Brasil: uma revisão da literatura

“…minutos; a taxa média de sucesso foi de 69,2% e a taxa de recusa de 2% . BEZERRA et al, 2018;RODRIGUES;CRUZ;PAIXÃO, 2015;OLIVEIRA et al, 2011;XAVIER et al, 2016;NOVAS;MATTOS, 2009;AZEVEDO;.…”

“…visto que a mamografia é o principal exame de rastreamento para o câncer de mama com eficácia comprovada. Administração racional e otimizada dos recursos físicos e humanos, divulgação de informações, articulações eficientes nas diferentes esferas governamentais para ampliar a atenção podem se configuram como ações importantes para uma cobertura adequada (XAVIER et al, 2016;OLIVEIRA et al, 2011 Diversos estudos (AMORIM et al, 2008;SCHNEIDER et al, 2014;MORALES, 2004;BEZERRA et al, 2018;SCLOWITZ et al, 2005) Ainda em relação aos fatores socioeconômicos, estudos apontam que a posse de plano de saúde apresenta associação positiva com a realização da mamografia (LIMA-COSTA;MATOS, 2007;OLIVEIRA et al, 2011;RODRIGUES;CRUZ;PAIXÃO, 2015;SCHNEIDER et al, 2014;SCLOWITZ et al, 2005). Estudo com base nos dados da PNAD de 2003 a 2008 apontam que possuir plano de saúde dobra a chance de realizar mamografia, a qual é 2,7 vezes maior para as mulheres que possuem mais de um plano de saúde (OLIVEIRA et al, 2011).…”

Pesquisa em Saúde: Relatos, Fundamentos e Práticas

“…regiões Sul e Sudeste, por serem caracterizadas por maior desenvolvimento, apresentam maior número de mamógrafos, maior oferta de serviços e de informações, impondo uma condição desafiadora para mulheres que estão distantes dos grandes centros, as quais ficam dependentes de grandes deslocamentos para obter assistência especializada necessária e nem sempre dispõem de condições para realizá-los, ficando assim à margem do cuidado (OLIVEIRA et al, 2011;XAVIER et al, 2016;BEZERRA et al, 2018). No entanto, o problema da cobertura mamográfica nacional está pautado não só na concentração dos equipamentos em determinadas regiões, mas também na subutilização desses recursos, sendo que a média nacional do grau de utilização dos mamógrafos está abaixo da metade da capacidade dos equipamentos (XAVIER et al, 2016).…”