Avaliação De Meios Filtrantes a Serem Empregados Na Filtração Lenticular De Vinho Tinto Considerando-Se O Nível De Turbidez Do Filtrado

Abstract

RESUMONa produção de vinho existem diversas etapas de filtração, dentre as quais a clarificação, que pode ser realizada por filtro lenticular. Este tipo de filtro caracteriza-se por apresentar-se, fisicamente, na forma de módulos ou de cartuchos, os quais são constituídos de um conjunto de quadros, cada qual contendo dois meios filtrantes. A escolha do meio filtrante depende do que se deseja remover, levando o desempenho da filtração a ser avaliada, também, a partir da qualidade do filtrado. No presente trabalho são apresentados resultados de ensaios de filtração de um tipo vinho tinto de mesa seco, com teor alcoólico de 10,5%. Em tais ensaios foram utilizados três meios filtrantes, com diferentes tamanho de poros, submetidos à pressão de operação de 15, 25 e 30 psi. A qualidade do filtrado foi avaliada considerando-se o nível de turbidez e a contagem de partículas. INTRODUÇÃOA produção de vinho ocorre em larga escala em vários países da Europa, como França, Itália, Espanha e Portugal (VARNAM e SUTHERLAND, 1997). No Brasil, a produção de vinho não é tão significativa em comparação a tais países, contudo são produzidos, anualmente, cerca de 250 milhões de litros e com média de consumo de 2 litros per capita/ano. A maior parte desta produção está concentrada no Rio Grande do Sul, que detém 95 % do mercado (FERREIRA et al., 2010).As características finais de um vinho, como sabor, cor e bouquet são determinadas não só pela composição das uvas, como também pelo processo a que são submetidas. Tais processos envolvem o modo de cultivo e maturação das uvas, manipulação do mosto, condições de fermentação, controle microbiológico, envelhecimento e outros tratamentos (LEA e PIGGOT, 1995). Na elaboração da bebida, a fermentação transforma o açúcar da uva em álcool, impondo modificação significativa no equilíbrio físico-químico do meio. Como consequência, o vinho poderá apresentar, com o passar do tempo, uma série de precipitações ou formações coloidais. Nesse caso, é imprescindível a filtração, uma vez que faz a função de retirar do vinho as partículas sólidas ou coloidais (DIAS, 2007). A eficiência da filtração, portanto, pode ser verificada a partir da medida de parâmetros de qualidade do filtrado como a turbidez e o número total de partículas em suspensão.No caso da turbidez, verifica-se que as partículas responsáveis por seu aumento, comprometem tanto a qualidade da clarificação quanto a vazão da filtração, pois provocam o entupimento do meio filtrante.