“…Se antes o caminhar ao ar livre já era para mim uma experiência de abertura corporal, sensorial, portanto, de encontro mais evidente corpo-mundo (MERLEAU-PONTY, 2003); nos tempos atuais essa prática se tornou um desejo constante, um privilégio e, literalmente, um caminho para alargar horizontes, possibilitar fluxos de movimento e pensamento. Ampliando o foco para os contextos intercorporais e intersubjetivos da educação, na atual conjuntura de pandemia (novamente, também antes dela, na contemporaneidade), os sentidos da educação e das instituições de ensino têm sido sistematicamente questionados, seja na dimensão de sua profundidade -na apresentação dos novos a um mundo que existe anteriormente a eles e que supostamente desejamos que continue existindo (ARENDT, 2005;CARVALHO, 2015) -, seja no questionamento mesmo das ideias fundantes do que seja esse mundo compartilhado na atualidade, as ideias hegemônicas que têm direcionado o modo de produção capitalista e, decorrente dele, a bio/necropolítica que engendrou certos modos de organização das instituições de ensino e da dita produção de conhecimento (KRENAK, 2019;LATOUR, 2020;MBEMBE, 2020).…”