Atributos espaciais da desigualdade nas grandes cidades brasileiras: uma relação entre segregação e morfologia

Abstract

Resumo Ao fazer uma análise comparativa entre regiões concentradoras das famílias de menor e maior renda per capita em cinco grandes cidades brasileiras (Goiânia, Fortaleza, Brasília, Belo Horizonte e Curitiba) e suas características morfologias, este artigo busca contribuir para a interpretação de um fator não monetário ligado à produção da desigualdade socioeconômica nas grandes cidades brasileiras. O intuito é analisar a relação entre a morfologia e a localização concentrada dos grupos antípodas de renda familiar per capta. Para isso, utilizam-se, como metodologia de análise, tanto análises georreferenciadas quanto análises morfológicas. Além de apontar padrões espaciais de regiões específicas, destacam-se, como conclusões mais gerais, as relações de regiões morfológicas específicas e a respectiva capacidade de integração e circulação dos grupos nelas residentes.

Morfologia urbana: a segregação na cidade contemporânea

“…É preciso destacar que muitas das pessoas que vivem nessas condições, não são responsáveis e não gostariam de estar vivendo nelas, é uma "imposição" pela qual são forçadas graças as dificuldades de acesso ao solo urbano que se tornou um P a g e | 54 Entrepreneurship v.5 -n.1  Jan a Jun 2021 produto que não é acessível a todos. Isso por sua vez contrasta com as famílias de maior poder aquisitivo, que ao comprarem casas em condomínios fechados, optam pela quebra do tecido urbano e pela negação do entorno, o que pode ser entendido como uma "segregação autoimposta", pois foram os mesmos que escolheram viver nessas condições (ZECHIN et al, 2019).…”

Desigualdades geográficas na implantação do Programa Mais Médicos em um estado brasileiro

“…Assim, a análise da implantação do PMM no Espírito Santo traz a reflexão de que, mesmo em um estado de pequenas dimensões geográficas e baixo contingente populacional, desigualdades fazem-se presentes. Essa reflexão abarca a discussão do modelo de federalismo adotado no Brasil e demarca as características estruturais dessa desigualdade, que trouxe reflexo em todas as áreas, 25 assim como na gestão da saúde no SUS, principalmente pela descentralização dos recursos fiscais da União e da intensa emancipação política. 6 Essas profundas desigualdades, além de desafiarem o SUS, comprometem o desempenho do sistema de saúde.…”

Análise dos feminicídios no estado de Pernambuco: violência de gênero e invisibilidade

“…Trata-se de conceitos fundamentais para revelar como as diferenças regionais, de renda, gênero e raça se articulam, além de implicar o discurso para maior responsabilização do Estado (BORGHI; OLIVEIRA; SEVALHO, 2018;MALTA et al, 2021;WANZINACK;MÉLO, 2021). Os espaços desiguais, segregados e excludentes são resultantes da organização social e refletem os níveis de desenvolvimento e de saúde local ZECHIN;HOLANDA, 2019). A concentração da pobreza, precariedade do mercado de trabalho, baixas progressões em aspectos educacionais e fragilidades no acesso à setores culturais, de assistência social, segurança pública e de saúde são rotas críticas que acentuam a informalidade, criminalidade e violência (HALL;EVANS, 2020;OLIVEIRA et al, 2019;.…”