Atenção à saúde do homem em unidades de Estratégia de Saúde da Família

Abstract

A Política de Atenção Integral a Saúde do Homem considera os agravos de saúde do homem como problemas de saúde pública que demandam condutas e ações preventivas e assistenciais específicas. Esta problemática justifica o desenvolvimento deste estudo que tem como objetivo analisar as ações de atenção à saúde do homem realizadas por enfermeiros em Unidades de Estratégia de Saúde da Família e as condições de informação desses profissionais sobre a Política Integral de Saúde do Homem em dois municípios em gestão plena do Vale do Rio Pardo - RS. Trata-se de uma pesquisa qualitativa de caráter exploratório-descritivo com quinze enfermeiras que responderam a um questionário. Os dados coletados foram submetidos à análise de conteúdo. Os resultados apontam que os enfermeiros consideram importante a política de saúde do homem, porém ainda são frágeis as condições de implementação desta política, em especial, de conhecimento, incentivo e planejamento de ações específicas destinadas ao homem.

<b>Dificuldades na implantação da política nacional de atenção integral à saúde do homem / Difficulties in the implantation of the national policy of integrated health care of man

“…A Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem é regida por princípios, dentre eles, pode-se destacar a universalidade e equidade nas ações e serviços, bem como qualificação da atenção à saúde, garantindo orientação à população masculina, além da capacitação técnica dos profissionais de saúde para o atendimento ao homem (11) . No entanto, percebe-se que os profissionais de saúde não se encontram preparados para oferecer uma atenção que tenha impacto efetivo, de modo integral, que possa ver a saúde do homem como um todo, assim como estabelece o Ministério da Saúde (15) .…”

“…O profissional enfermeiro é um dos mais envolvidos com a comunidade usuária, visto que, além da atenção individualizada nos momentos de acolhimento, consultas, práticas assistenciais, também participa das visitas domiciliares e dos grupos de educação em saúde. Assim, a participação na organização das ações pautadas nas reais condições detectadas também é de sua responsabilidade (11) . Portanto, a capacitação dos profissionais de saúde deve ser prioridade dos governos para que a política de saúde do homem saia do papel e esta deve ser realizada de forma a sensibilizar os agentes sobre a importância de captar os homens para os serviços de atenção primária.…”

“…O desenvolvimento da política manteve como premissa a ideia de que, por se tratar de uma política de saúde brasileira em fase de implantação, muitas Unidades Básicas de Saúde poderiam encontrar dificuldades na implementação desta política até 2011, como é a proposta do governo (11) . Os profissionais de saúde lamentam a baixa relação dos órgãos governamentais e revelam que essa integração só existe de "fachada" e que a intersetorialidade anda a passos lentos (17) .…”

“…Além disso, parece claro que os valores próprios da cultura masculina refletem entre os homens maior noção de invulnerabilidade, levando esses indivíduos a emitirem comportamentos de risco e poucas práticas preventivas (10) . Fortalecendo esse pensamento, a fala dos participantes da pesquisa mostra que as questões culturais afastam os homens dos cuidados com sua saúde: [ A cultura é um fator determinante para a educação em saúde, uma vez que os homens foram educados para não chorar e manter a postura de "machos", principalmente pelo estereótipo de homem que está baseado em sua força e masculinidade, assim o adoecimento demonstraria sua fragilidade (11) . O ser homem é associado à invulnerabilidade, força e virilidade, características que colocariam em risco a masculinidade e aproximariam o homem das representações de feminilidade ao buscar os serviços de saúde.…”

Integral Assistance to Men's Health: needs, barriers and coping strategies

“…However, to reach the man with prevention and promotion of their health demands changes, especially cultural to be considered a challenge. With this challenge, some scholars point out that the organization and routine of services have significantly affected the insertion of men in services, since their presence is still very low, especially in regard to nursing consultation and educational groups 1,7 . There is no specific strategies in primary care directed to men in adulthood, especially with regard to prevention of diseases and promotion of health.…”