Resumo Inspirado na obra Geontologies: a requiem to late liberalism, de Elizabeth Povinelli, este texto problematiza as atuais condições do governamento neoliberal expandindo o conceito foucaultiano de biopolítica. Procura mais amplamente repensar os processos educativos nas margens da biontologia desdobrada pela entrada no Antropoceno, a fim de desabilitar o chamado “imaginário do carbono”. Trata-se de ensaio especulativo organizado em dois eixos que articulam noções foucaultianas, tematizando as condições pelas quais certas populações e certos corpos sofrem pela exposição diferencial a injustiças, violência e morte. Em seguida, discute-se a possibilidade de ativar outros modos de vida capazes de resistir no contexto das economias do abandono e das políticas queer de migração. Ao final, busca-se evidenciar algumas razões pelas quais o campo pedagógico inflacionou a questão da educação como empreendimento-de-si e deflacionou a preocupação com o cuidado-de-si e dos outros, defendendo uma abertura para outras figuras e sujeitos da educação como parte de uma crítica potente aos excessos provocados pelo imaginário do carbono em nossos sistemas de pensamento.