Este artigo tem como objetivo compreender aspectos das dimensões institucional e religiosa do racismo que se manifesta em comunidadesquilombolas no Mato Grosso do Sul, no Centro-Oeste brasileiro. Como estratégia metodológica, realizou-se uma pesquisa de abordagem qualitativa, na qual foram realizados processos de observação participante, diálogos e interações com quilombolas de sete comunidades localizadas no Mato Grosso do Sul. De um modo geral, foi possível constatar que as manifestações de racismo institucional e religioso fazem com que as comunidades quilombolas sejam espaços de significativa precariedade, nos quais os sujeitos aquilombados subsistem, sem que consigam acessar um conjunto de serviços públicos básicos, além de serem compulsoriamente impelidos a renunciar elementos de sua história, cultura e até de sua subjetividade. Sem a pretensão de esgotar a temática, o artigo traz, nas considerações finais, algumas problematizações que reforçam a necessidade do engajamento no combate às manifestações de racismo na sociedade contemporânea.