O mercúrio (Hg) é considerado internacionalmente como um poluente global e possui alta taxa de dispersão a partir das suas fontes de emissão, devido ao transporte atmosférico. Considerando que esse metal é proveniente, tanto de fontes naturais, quanto antrópicas, é importante saber o quanto de Hg é emitido, as concentrações observadas no ambiente e estimar seus impactos sobre a saúde humana e dos ecossistemas. Dessa maneira, este estudo avaliou a presença de mercúrio no perímetro urbano de seis municípios na região norte de Mato Grosso, sul da Amazônia, por meio da análise de folhas da espécie arbórea Oiti, Moquilea tomentosa Benth. (Chrysobalanaceae), amplamente utilizada na arborização urbana nessa região. Os resultados evidenciaram diferenças significativas nas concentrações de mercúrio entre os municípios avaliados (ANOVA = p≤ 0,0001), indicando a presença desse metal pesado na atmosfera em todos os perímetros urbanos avaliados. O maior valor médio de Hg foi observado em Paranaíta (172,8 µg Kg-1), seguido por Alta Floresta (62,1 µg Kg-1), Carlinda (52,3 µg Kg-1), Nova Canaã do Norte (25,5 µg Kg-1), Colíder (19,3 Kg-1) e Nova Santa Helena (6,8 µg Kg-1). Entretanto, todas essas concentrações encontram-se dentro da faixa considerada aceitável. Assim, recomenda-se o uso de M. tomentosa como indicadora da deposição atmosférica de mercúrio em áreas urbanas, com a necessidade de estudos seguindo uma série temporal permitindo o estabelecimento de protocolos específicos para diferentes tipos de poluentes atmosféricos.