Análise Epidemiológica Da Poliomielite Viral No Brasil Nos Últimos Cinco Anos

Abstract

A poliomielite é uma doença viral, atualmente erradicada no Brasil, que tem transmissão fecal-oral e em sua forma grave pode causar sequelas como a paralisia. Atualmente, a baixa da cobertura vacinal no país tem colocado sua erradicação em risco. Portanto, para analisar sua epidemiologia foi realizada uma coleta de dados no Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS) e Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SIS) do Ministério da Saúde associada a uma revisão de literatura. O objetivo do presente estudo foi avaliar o panorama da poliomielite viral no Brasil, nos últimos cinco anos, a partir da coleta de dados como internações, taxa de mortalidade, faixa etária, sexo e raça. Sob esse método, as informações, tendo como fonte o sistema DATASUS, foram avaliadas a fim de identificar o perfil epidemiológico evolutivo da patologia no país. A partir disso, foi possível discutir a respeito das sequelas dessa patologia e seu impacto no sistema público de saúde, assim como a possibilidade de um aumento no número de casos devido a baixa cobertura vacinal. A partir disso, foi possível concluir que atualmente a faixa etária mais afetada pelas sequelas é a de 40 a 59 anos, o sexo masculino e a raça parda. Portanto, faz-se necessário que os serviços de saúde invistam na conscientização da população a respeito da importância da vacinação.

Análise epidemiológica dos casos de poliomielite em tempos de pandemia: Impacto das variáveis de pobreza extrema e cobertura vacinal

“…Na Região Nordeste foram obtidos os maiores índices de queda da vacinação, notadamente em seus municípios de extrema pobreza -62,15% em 2020 e 52,47% em 2021 (queda de 9,68%). Pode-se supor que as áreas de pobreza extrema têm maior dificuldade de acesso a campanhas mais abrangentes de vacinação (GOMES et al, 2022), porém, como se vê maior concentração de casos nas demais regiões do país, entende-se a fundamental importância de campanhas de adesão.…”

“…A doença tem período de incubação de 2 a 30 dias, a maior parte dos infectados são assintomáticos ou podem apresentar sinais e sintomas de infecções virais comuns e cerca de 1% dos doentes, podem apresentar comprometimento do sistema nervoso central, desencadeando a destruição dos neurônios motores, o que leva à paralisia unilateral dos membros inferiores ou insuficiência respiratória, resultando na morte do infectado. A poliomielite não possui tratamento específico, somente sintomático e manejo de sequelas possivelmente causadas pela infecção viral (BRASIL, 2022).…”

“…Devido às complicações causadas pela doença e pelo alto índice de contágio, a imunização é a forma mais efetiva de prevenção de poliomielite, atualmente realizada pela aplicação da vacina inativada injetável (VIP) aos 2 e 6 meses e reforçada entre os 15 e 18 meses de idade, além da aplicação da vacina atenuada oral (VOP), aplicada simultaneamente com o reforço de 15 meses e 4 anos de idade e em campanhas de 1 a 4 anos (BRASIL, 2022). Além disso, é uma doença de notificação compulsória imediata em até 24 horas pela Secretaria Municipal de Saúde, Secretaria Estadual de Saúde e Ministério da Saúde (BRASIL, 2020).…”

“…A região que apresentou menor número de casos nos dois anos foi a Região Centro-Oeste com 20 e 1 casos, respectivamente em 2020 e 2021. No estudo deGomes et al (2022) as regiões com maiores concentrações de internações entre os anos de 2017 e 2021 foram a Sudeste e Nordeste,Tavares et al, 2022 DOI: 10.51161/editoraime/44/51 assim como os dados encontrados, invertendo a ordem entre estes. Desta forma, vê-se a importância epidemiológica da vigilância destas duas regiões sobre a poliomielite.Tabela 3 -Números de casos de paralisia aguda segundo ano de 1° sintoma com exceção de municípios de extrema pobreza em 2020 e pelos autores.…”

Vaccination Coverage Against Poliomyelitis in Brazil During the Covid-19 Pandemic

“…The socioeconomic heterogeneity existing in the country, where there is a concentration of people in situations of vulnerability due to their living conditions, the trend is that there is less access to health services and, consequently, reduced immunization rates. (GOMES, et al, 2022) Despite the drop in vaccination against generalized poliomyelitis during the beginning of the pandemic, it is worth noting that, from a percentage point of view, the North region of the country showed a less significant reduction in vaccination coverage compared to other regions in the period from 2020 to 2021, registering a decline of only 5.96%, while the other locations still had drop percentages greater than 12% in the same period. (Figure 2) In addition, given the scenario of application of doses during the period from 2019 to 2021, which include inactivated poliomyelitis and oral poliomyelitis immunizations, it was possible to observe that two Brazilian regions presented the highest amount of immunizers use, being the Southeast and Northeast, responsible for more than half of the applications.…”