Ambiente alimentar do entorno de escolas públicas e privadas: oportunidade ou desafio para alimentação saudável?

Abstract

Resumo O estudo analisou e comparou os tipos de alimentos comercializados no entorno de 30 escolas privadas e 26 públicas de Ensino Fundamental do município de Niterói, Rio de Janeiro. A coleta de dados foi realizada por auditoria utilizando um instrumento tipo checklist para caracterização dos estabelecimentos (formal ou informal) e identificação dos tipos de alimentos e bebidas comercializados. Estes foram classificados segundo o grau de processamento (in natura, processados e ultraprocessados). Para análise dos dados foram utilizados os testes estatísticos de Mann-Whitney para verificar diferença do tipo de comércio e das categorias de alimentos comercializados entre as escolas e o de Kruskal-Wallis para verificar diferença na quantidade de alimentos comercializada entre as categorias. A quantidade de ultraprocessados no entorno das escolas foi estatisticamente maior (p=0,0001) do que as outras categorias. Algumas preparações culinárias apresentaram alto percentual de contribuição energética de ultraprocessados. Não houve diferença estatisticamente significativa (p=0,478) nas categorias de alimentos comercializados entre escolas públicas e privadas. No entorno das escolas predomina a comercialização de ultraprocessados, favorecendo a exposição de crianças a um ambiente que estimula o consumo destes produtos.

Food Environment around Schools: A Systematic Scope Review

“…Some authors identified that, compared with schools located in white urban areas or mixed racial/ethnic neighborhoods, schools in urban African American neighborhoods have fewer fast-food restaurants and convenience stores within walking distance [ 33 , 35 , 39 , 40 , 41 , 45 , 49 , 56 , 58 , 66 ].…”

“…In contrast, higher-income neighborhoods have fewer fast-food restaurants and more restaurants with a wide choice (especially à la carte). Additionally, middle- and upper-income neighborhoods have fewer convenience stores and grocery stores than low-income neighborhoods [ 33 , 35 , 39 , 40 , 41 , 45 , 49 , 56 , 58 , 66 ].…”

Perfil alimentar e percepção de escolares sobre alimentação servida em escolas municipais segundo a vulnerabilidade à saúde

“…9 Sabe-se que quando os escolares dispõem de recursos para adquirir alimentos, geralmente compram alimentos ultraprocessados. 21 Destaca-se que o comércio de alimentos no entorno das escolas é caracterizado por maior aglomeração de estabelecimentos que ofertam principalmente alimentos ultraprocessados, 27 o que indica que os escolares levem lanches majoritariamente compostos por esse tipo de alimento. 28 A consequência do consumo de alimentos ultraprocessados e do não consumo da alimentação escolar é o aumento da ingestão calórica com baixo valor nutricional e o consequente aumento da ocorrência das doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), como a obesidade e diabetes.…”

A associação territorial entre escolas e comércios de alimentos ultraprocessados em cinco capitais brasileiras

“…De forma semelhante, a pesquisa de Com participação crescente na alimentação brasileira, ressalta-se que os alimentos ultraprocessados podem ser encontrados em diversos pontos de venda em razão da facilidade de transporte, armazenamento e maior eficiência das empresas(105,130,147,148). No Brasil, análises do ambiente alimentar no entorno escolar realizadas no Rio de Janeiro, Juiz de Fora e Santos identificaram alta disponibilidade de estabelecimentos que comercializam, principalmente, alimentos ultraprocessados(106,107,149). Sendo estabelecimentos como lanchonetes e restaurantes predominantes(149).…”

“…No Brasil, análises do ambiente alimentar no entorno escolar realizadas no Rio de Janeiro, Juiz de Fora e Santos identificaram alta disponibilidade de estabelecimentos que comercializam, principalmente, alimentos ultraprocessados(106,107,149). Sendo estabelecimentos como lanchonetes e restaurantes predominantes(149). Nosso estudo não nos permite afirmar que escolas atraíram os estabelecimentos AUP para aqueles bairros ou vice-versa.…”