Alterações maternas e desfecho gravídico-puerperal na ocorrência de óbito materno

Abstract

Resumo Introdução A mortalidade materna representa um evento de grande magnitude no Brasil e no mundo, refletindo a falta de acesso aos serviços de saúde e as condições socioeconômicas desfavoráveis. Objetivo Relacionar as alterações maternas com o desfecho gravídico-puerperal no óbito materno. Métodos Estudo transversal e retrospectivo, conduzido com dados coletados de 53 prontuários de gestantes e puérperas que foram a óbito em um hospital estadual referência em gestação de alto risco em Goiás. Resultados A mortalidade ocorreu mais frequentemente em mulheres com idade entre 20 e 34 anos (76%), solteiras (55%), primigestas (38%), procedentes do interior do Estado (60%) e com parto na instituição do estudo (62%). As principais causas obstétricas de óbito foram as diretas (55%), com predomínio no período puerperal (83%). A razão da mortalidade materna correspondeu a 228,4 por 100 mil nascidos vivos. Houve uma associação significativa entre as complicações no parto e o local de ocorrência do parto (P=0,001). Conclusão O óbito materno ocorreu em solteiras, com idade reprodutiva, procedentes de outros municípios, por causas diretas e no puerpério. Ressalta-se a necessidade de melhorar o acesso aos serviços de saúde em obstetrícia, pois a maioria dos casos pode ser prevenida.

Prevalência, fatores associados e desfechos reprodutivos relacionados ao ganho de peso gestacional excessivo

“…Destaca-se o sobrepeso e obesidade entre as mulheres em idade fértil antes de engravidar, evento muito prevalente neste estudo, corroborando achados recentes com prevalência cada vez maior desses agravos entre mulheres brasileiras em idade reprodutiva 13 , acompanhando tendências globais, como nos Estados Unidos 16 e achados para a população brasileira, em todas as unidades federativas 12 . Sabe-se que essa condição está relacionada às repercussões negativas a saúde materna e fetal 8,10,17 , indicando que o planejamento reprodutivo poderia minimizar esses desfechos 18 . O fato de um quinto das mulheres estudadas terem apresentado GPE reforça a necessidade de maior atenção ao aconselhamento do ganho de peso durante o pré-natal.…”

“…Esses limites tâm sido questionados uma vez que considera adequado uma mulher saudável ganhar até 16 kg, mais do que o dobro do que já foi demonstrado ser suficiente (7 Kg) 3,6 . Além disso, o ganho de peso excessivo (GPE) pode trazer malefícios para o desenvolvimento fetal, e desfechos reprodutivos desfavoráveis 1,6 , como macrossomia 7 , diabetes gestacional 7,8 , eclampsia 9 e morte materna 10 .…”

Construção e validação de instrumento de avaliação da qualidade da assistência hospitalar no puerpério: um estudo medotológico

“…The puerperium is a period of physical and mental transformations that begins after delivery and finishes when breastfeeding ends. This process of involution to the pre-pregnancy condition can cause more severe complications and evolve to death; however, 92% of the cases of maternal deaths in this phase are preventable, mainly at the hospital level, when related to hemorrhage, puerperal infection and hypertension (1) .…”

Epidemiologia da morte materna e o desafio da qualificação da assistência na região de Ribeirão Preto/SP

“…Segundo Viellas et al (2014) (RONNSMANS, GRAHAM, 2006). Nesse contexto, é essencial a qualificação da equipe para reconhecimento das emergências e intervenção imediata às complicações (LIMA et al, 2017;VIANA et al, 2011).…”

“…Na literatura, o número óbito por causa indireta encontra-se mais elevado em hospitais de referência para gestação de alto risco (SOARES et al, 2012). Outros estudos mostraram que as causas mais frequentes de morte materna indireta foram a cardiopatia, a insuficiência renal aguda, o acidente vascular cerebral, tromboembolia e choque séptico (ANDRADE et al, 2006;LIMA et al, 2017;VIANA et al, 2011). Mortes obstétricas indiretas poderiam ser evitadas com planejamento familiar e reprodutivo de qualidade.…”