O presente artigo tem como objetivo analisar os formulários produzidos pelo Gabinete de Biologia Criminal do Estado de Sergipe, especificamente os dados morfológicos e o psicodiagnóstico de Rorschach que reuniram informações sobre os detentos e/ou da população carcerária, entre as décadas de 20 e 60, do séc. XX. Seguindo a abordagem de Foucault (1977), sobre o “homem infame” procurou-se identificar o “que deles foi dito”. Verificou-se que as práticas médico-legais estavam pautadas nas teorias eugenistas e criminológicas tão em voga no interstício temporal estudado uma vez que, após a criação do Manicômio Judiciário e, principalmente, do Gabinete de Biologia Criminal, foram disseminadas práticas que investigavam a sua constituição físico-biológica e análise dos antepassados, justificando na hereditariedade a predisposição a condutas anormais e ameaçadoras.