FUNDAMENTOS: Na alopecia areata há perda súbita e assintomática de pêlos em qualquer área pilosa do corpo. A etiologia é desconhecida, e os tratamentos propostos não costumam alterar o curso natural e imprevisível da doença. Atinge as crianças, menos responsivas às terapêuticas e mais susceptíveis às formas mais extensas. O estado atópico é considerado fator de pior prognóstico; é provável que a relação entre as duas doenças se deva às origens imunológicas, embora sejam desconhecidos seus pontos de intersecção. OBJETIVOS: Avaliar a eficácia do dipropionato de betametasona em creme a 0,05% na alopecia areata da criança e a influência da atopia na resposta terapêutica. MÉTODO: Estudo prospectivo controlado duplo cego em 35 crianças de até 12 anos portadoras de alopecia areata, atendidas no Ambulatório de Dermatologia do Instituto de Puericultura e Pediatria Martagão Gesteira - UFRJ e do Hospital Municipal Jesus, ambos no Rio de Janeiro, RJ, no período de 1996 a 1998. RESULTADOS: Das 35 crianças estudadas, 30 (85,7%) evoluíram com resposta positiva ao final de seis meses de acompanhamento. Os percentuais de resposta foram semelhantes nas terapias utilizadas - dipropionato de betametasona e placebo (p= 0,47). Dos 29 atópicos, 26 (89,6%) tiveram resposta positiva aos tratamentos. Não foi estabelecida correlação estatisticamente significativa entre a resposta terapêutica e a condição atópica (p= 0,19). CONCLUSÃO: Não houve diferença entre as respostas terapêuticas nos grupos estudados; a atopia não influenciou a resposta ao tratamento efetuado.