Cad. Saúde Colet., 2017, Rio de Janeiro, 25 (4)
ResumoIntrodução: Existem evidências sobre absenteísmo-doença no contexto hospitalar, mas são necessários estudos não só com profissionais do setor de assistência, mas também com outros de diferentes setores. Objetivos: Investigar a associação entre a prevalência de absenteísmo-doença e as características individuais, os hábitos e o estilo de vida, o estado de saúde e as condições de trabalho entre trabalhadores de um hospital filantrópico de médio porte. Método: Estudo transversal com amostra probabilística de 123 profissionais dos setores de assistência, de apoio e administrativo. Foram obtidas informações autodeclaradas sobre ausência do trabalho, características sociodemográficas, estilo de vida, estado de saúde e condições de trabalho. Razões de prevalência de absenteísmo e seus respectivos intervalos de confiança de 95% foram ajustados pela técnica de regressão multivariada de Poisson. Resultados: A prevalência de absenteísmo nos últimos 12 meses foi de 28,5%, independentemente do setor de trabalho. A presença de doença ocupacional, a alta demanda física e psicológica e o tempo de trabalho no hospital permaneceram associados ao absenteísmo após o ajuste multivariado dos dados. Conclusão: Condições precárias de trabalho estão associadas ao absenteísmo-doença entre os profissionais investigados. Esse achado deve ser levado em consideração na formulação de intervenções que envolvem a promoção da saúde desses trabalhadores. Palavras-chave: qualidade da assistência à saúde; riscos ocupacionais; impacto psicossocial; absenteísmo; avaliação de serviços de saúde. Abstract Introduction: Even though there are evidences of absenteeism in the hospital context, more studies are needed beyond the care sector. Objectives: to investigate the associations between the prevalence of absenteeism of three sectors employees of a philanthropic medium-sized hospital and individual characteristics, life habits, health status and working conditions. Method: Cross-sectional study with random sample of 123 professionals from care, administrative and support sectors. The data was collected through a self-administered questionnaire that included information on absence from work, socio-demographic, habits and lifestyle characteristics, health status and working conditions. Prevalence ratios of absenteeism and their respective 95% confidence intervals were adjusted by Poisson multivariate regression. Results: The prevalence of absenteeism due to sickness in last 12 months was 28.5% and it was associated with high physical and psychological demands, working time at the hospital and presence of occupational diseases. Conclusion: Precarious working conditions are associated sickness absenteeism among professionals investigated. This finding must be considered in the formulation of interventions involving the health promotion of these workers.