O objetivo precípuo deste artigo é discutir o avanço do neoliberalismo na Educação brasileira a partir de seus fundamentos históricos e teóricos. Para tanto, dedicam-se generosas páginas à caracterização da agenda neoliberal como processo histórico, movimento político e matriz ideológica, alinhavando as diferentes facetas desse fenômeno à luz de suas complementaridades e pontos de atrito. Mais do que um mero artifício econômico de transferência do patrimônio público para bolsos privados, o neoliberalismo emerge historicamente como um projeto de poder sofisticado, levado a cabo por franjas financistas do capitalismo transnacional e operado por agentes locais dotados de capilaridade e influência. Após a construção de um panorama elucidativo da constituição e do desenvolvimento desse empreendimento oligárquico internacional, olha-se mais detidamente para a sua penetração no campo da Educação brasileira, através de uma variedade de expedientes que abrangem desde a apropriação da receita pública para a criação de demanda compulsória para grandes conglomerados educacionais até o sequestro orçamentário por meio de modelos privatistas de gestão de políticas públicas no campo da Educação.